O novo coronavírus já infectou milhões de pessoas ao redor do mundo, vitimou mais de 3 milhões de indivíduos e forçou os países a adotarem medidas sanitárias e restritivas para tentar conter a disseminação do vírus e frear a pandemia.
O nome “coronavírus” remete a forma desses organismos que é similar a uma coroa e denomina um grande grupo de vírus, já conhecido e identificado.
A doença identificada em Wuhan, na China, no final de 2019, foi denominada SARS-coV-2. O número 2 indica que o vírus é similar ao SARS-coV, responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (em Inglês – Severe Acute Respiratory Syndrome – SARS), que provocou uma epidemia em diversos países em 2002.
A transmissão da COVID-19 se dá através de:
- espirro, tosse, catarro ou gotículas de saliva;
- contato físico como aperto de mão, beijo, abraço;
- contato com superfícies contaminadas, por exemplo: maçanetas, corrimãos, mesas, telefones, canetas etc.
Ainda não há comprovação científica de que as gestantes possam transmitir o coronavírus para o bebê. O mesmo ocorre com as lactantes, pois não há evidências de que a doença possa ser transmitida pelo leite materno. Porém, as precauções devem ser mantidas e a mãe deve usar máscara ao amamentar e lavar as mãos com água e sabão antes de cada mamada.
Os sintomas mais comuns da COVID-19 são febre alta entre 37.8°C e 40°C, tosse geralmente seca e cansaço. Em casos mais graves, os sintomas são falta de ar ou dificuldade para respirar, pressão ou dor no peito e perda da fala ou capacidade motora.
Além desses, outros sintomas menos comuns foram identificados como tensão e dor muscular, dor de garganta, diarreia, conjuntivite, dor de cabeça, perda do paladar ou olfato, irritação na pele ou descoloração dos dedos dos pés, ou das mãos.
Para diminuir a circulação do novo coronavírus, impedir que mais pessoas sejam infectadas nesta pandemia e sobrecarregue o sistema de saúde pública, algumas precauções devem ser seguidas:
- lavar bem as mãos com água e sabão ou álcool em gel;
- cobrir o nariz e a boca ao espirrar – usando um lenço de papel ou o cotovelo flexionado;
- não compartilhar objetos pessoais como talheres, copos e pratos;
- usar máscaras;
- manter os ambientes bem ventilados;
- evitar aglomerações;
- evitar contato próximo com pessoas que estejam com sintomas de gripe (tosse e febre).
As vacinas contra a COVID-19
A rápida disseminação do coronavírus e o aumento da letalidade da pandemia, forçaram os cientistas a buscarem uma cura em um período recorde. Em geral, para se desenvolver uma vacina – que seja eficaz e seguindo os padrões de qualidade e protocolos éticos – leva-se uma década ou mais.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, existem mais de 200 imunizantes sendo estudados no mundo e outros 13 já foram aprovados. No Brasil, as vacinas que estão disponíveis para a vacinação pelo Plano Nacional de Imunização são: a CoronaVac, produzida em parceria com a Sinovac (farmacêutica chinesa) e o Instituto Butantan; a AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford (no Reino Unido) e a Fiocruz e a vacina da Pfizer, desenvolvida em conjunto com a BionTech (EUA/Alemanha).
A vacina Sputinik V, desenvolvida pelo laboratório Gamaleya, da Rússia, ainda não tem registro para testes clínicos no Brasil, segundo a ANVISA. Mas o Instituto de Tecnologia do Paraná e a União Química, estão realizando acordos com o governo russo para a produção dessa vacina no Brasil.
Como as vacinas funcionam
Nosso corpo tem muitas formas de se defender de organismos que causam doenças, os chamados agentes patogênicos. Nossas barreiras naturais, como a pele e as mucosas, por exemplo, funcionam para evitar que esses agentes entrem no nosso corpo.
Quando um agente patogênico invade nosso corpo, o nosso sistema de defesa (o sistema imunológico) entra em ação para produzir uma defesa (anticorpos), para proteger o nosso organismo, atacando e destruindo o invasor.
Dessa forma, o corpo cria uma “memória” de anticorpos, que permanecem vivos mesmo após o invasor ter sido derrotado. Assim, se o corpo for novamente exposto ao agente patogênico – que pode ser um fungo, bactéria ou vírus -, o sistema imunológico responde muito mais rápido do que a primeira vez, porque as células de memória já estão preparadas.
O corpo reage da mesma forma com a vacina. Algumas das vacinas têm partes enfraquecidas ou inativas de um determinado antígeno, para que o organismo possa produzir uma defesa imunológica. Porém, a aplicação de vírus enfraquecido não causa a doença, apenas desafia o sistema imunológico a enviar uma resposta, como se fosse a primeira vez em contato com o antígeno verdadeiro.
Atualmente existem quatro tipos de tecnologia para o desenvolvimento das vacinas:
- Vacina de vírus atenuado (enfraquecido) ou inativo (morto): método tradicional que utiliza o próprio vírus para produzir uma resposta imunológica;
- Vacina de vetor viral: utiliza outro vírus, modificado geneticamente, para produzir proteínas virais no organismo, sem causar a enfermidade e estimular uma resposta imunológica;
- Vacina a partir de proteína: nesta modalidade se utiliza uma proteína do vírus ou parte dela, ou proteínas que se assemelham a estrutura do vírus, como seu revestimento externo, para forçar a resposta do sistema imunológico;
- Vacina de RNA e DNA: possuem RNA ou DNA do vírus geneticamente modificado para produzir uma proteína, que em contato com o organismo, produz uma resposta de defesa segura.
Por que é preciso tomar duas doses da vacina?
Algumas vacinas necessitam de várias doses com intervalos de semanas ou meses. Isso acontece porque o corpo precisa de um tempo para produzir anticorpos de longa vida e células de memória. Dessa forma, o corpo fica treinado para reagir e combater a doença, reforçando a memória das células, caso o corpo entre em contato novamente com o agente patogênico, desenvolvendo uma resposta mais rápida no futuro.
Para enfrentar a pandemia no Brasil, as vacinas estão sendo disponibilizadas somente através do Sistema Único de Saúde (SUS). As vacinas que necessitam de duas doses são: AstraZeneca/Oxford, Pfizer/BionTech e CoronaVac/Butantan. Somente a vacina da Janssen/Johnson&Johnson requer apenas uma dose.
Tomar as duas doses da vacina é importante, porque quanto mais pessoas estiverem vacinadas, menor a circulação do vírus na população. As doses de reforço servem também para proteger as pessoas que ainda não podem ser vacinadas, como as crianças ou aquelas que têm o sistema imunológico vulnerável, como portadores de HIV. As pessoas nessas condições ficam mais protegidas se viverem entre outras que já foram vacinadas.
Por isso, fique atento à data da segunda dose e compareça ao centro de saúde para efetivar sua vacinação.
Cuidados pós-vacina
Independente de qual vacina você tomar, uma ou duas doses, ainda não é possível relaxar com os cuidados com a higiene e o distanciamento social.
Em geral, o corpo leva duas semanas após a vacinação, para desenvolver uma resposta imune ao vírus. Por isso, você deve continuar mantendo todos os cuidados de prevenção como usar máscara cobrindo o nariz e a boca, higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel, manter o distanciamento social e desinfetar superfícies e objetos.
Além disso, existe um processo natural que é a mutação do vírus, que se adapta a novos ambientes e se torna mais transmissível e mais grave. Dá-se o nome de mutação, quando o vírus faz cópias de si mesmo e, às vezes, apresentam alguma mudança. Um vírus com uma ou mais mutações é chamado de variante. Até agora, quatro tipos de variantes do novo coronavírus vêm sendo estudadas e pesquisadas. São elas:
- Alfa: do Reino Unido encontrada em 118 países;
- Beta :da África do Sul encontrada em 64 países ;
- Gama: do Brasil/Japão encontrada em 38 países.
- Delta: da Índia encontrada em mais de 90 países
Por isso, é importante continuar com os protocolos de distanciamento e higienização das mãos e superfícies, mesmo no período pós-vacina. Veja abaixo algumas das dúvidas mais comuns sobre o período pós-vacina:
Após a primeira dose da vacina, eu já estou imunizado?
Não. Para as vacinas CoronaVac e AstraZeneca deve-se respeitar o período de 14 dias após a segunda dose, para garantir a imunização. Por isso, após receber a primeira dose da vacina você ainda deve manter os cuidados de higiene e distanciamento social. Caso contraia Covid-19 neste intervalo, espere passar a fase aguda da doença e respeite o tempo de isolamento social, para depois receber a segunda dose.
Quais os efeitos colaterais da vacina?
De modo geral, não existe efeito colateral grave, porém algumas pessoas podem ter reações no local da aplicação da vacina (como dor, vermelhidão, inchaço e alteração de sensibilidade) ou reações pelo corpo (como dor de cabeça, calafrios, fadiga, febre e náuseas).
Após a vacinação, eu ainda posso contrair Covid-19?
Sim. As vacinas disponíveis ajudam a reduzir os casos sintomáticos da doença e suas formas mais graves. Em meio a emergência da pandemia, isso ajuda a diminuir o número de internações hospitalares, ajudando a saúde pública e reduzindo o número de óbitos pela doença.
Posso sair sem máscara?
Não. O uso da máscara ainda é necessário, mesmo que você já tenha tomado as duas doses da vacina. Continuar com os cuidados é importante, principalmente devido às variantes da Covid-19, que podem se espalhar e causar uma nova pandemia, pode ser ainda mais letal.