Alzheimer: o que a ciência apresentou de novidade em 2023?

Após um longo tempo sem grandes novidades, a pesquisa sobre o tratamento para a doença de Alzheimer trouxe novos medicamentos. Em 2021, a agência regulatória dos Estados Unidos aprovou o uso do aducanumabe (da farmacêutica Biogen). Mas a liberação gerou uma série de controvérsias na própria comunidade científica, e a utilização foi negada em várias partes do mundo, a exemplo da Europa e do Brasil.

Em 2023, novas opções foram divulgadas. Na reportagem de hoje, veja o que a ciência apresentou de novidades neste ano no combate contra o Alzheimer. Boa leitura!

Novos fármacos

No início do ano, os Estados Unidos liberaram o lecanemabe (dos laboratórios Eisai e Biogen), com a promessa de retardar os efeitos do Alzheimer. Porém, ainda não há previsão de quando esse medicamento chegará ao Brasil.

Além disso, foram apresentados na Holanda, durante a Conferência Internacional da Associação de Alzheimer de 2023, resultados positivos de estudos com o donanemabe (do laboratório Eli Lilly), que mostrou-se capaz de frear a progressão dos sintomas da doença.

Por um lado, os avanços renovaram as esperanças. Por outro, ainda existe o questionamento de quem realmente se beneficiará dos novos tratamentos quando eles estiverem de fato disponíveis.

Avanço

Em um primeiro momento, a doença de Alzheimer provoca o acúmulo da proteína beta-amiloide entre os neurônios. Anos depois, essas células nervosas são afetadas por outra proteína, a TAU. O resultado disso é a morte dos neurônios, o que leva ao aparecimento progressivo de sintomas como esquecimentos e dificuldades de raciocínio.

Os primeiros testes com anticorpos monoclonais, uma família farmacológica da qual fazem parte aducanumabe, lecanemabe e donanemabe, entre outros princípios ativos, propôs eliminar a beta-amiloide do cérebro. Os primeiros testes acabaram frustrados. Mas os especialistas tiveram outra ideia: utilizar os medicamentos na fase classificada como comprometimento cognitivo leve ou demência inicial. Os estudos trouxeram lições valiosas. A primeira delas é que a formação dos novelos de beta-amiloide no cérebro pode ser dividida em uma série de etapas e, com o avanço do conhecimento, os especialistas puderam entender em detalhes o que acontece em cada uma delas. O segundo aprendizado tem a ver com a necessidade de diagnosticar a doença precocemente, o que levou a uma revolução dos exames para identificar o Alzheimer, que pode ser feito, por exemplo, por meio de exames de imagem (como o PET/CT), de líquor (a coleta por punção de uma amostra do líquido presente na medula espinhal e no cérebro) e até do sangue. Embora essas ferramentas ainda estejam restritas ao ambiente de pesquisa e aos grandes centros especializados, a tendência é que elas se popularizem nos próximos anos.

Preocupações

Os estudos que avaliaram os anticorpos monoclonais nas fases iniciais do Alzheimer tinham como objetivo conferir se o tratamento ajudava a recuperar as funções cognitivas ou frear a piora. Tanto os testes com lecanemabe quanto com donanemabe levaram a pelo menos 50% de sucesso. Foi possível atrasar a progressão das fases da doença de Alzheimer em cerca de quatro a seis meses, ou seja, os pacientes que fizeram o tratamento pioraram menos, mas não deixaram de piorar.

Outra preocupação está relacionada aos efeitos colaterais, que podem ser potencialmente graves, como reações relacionadas à infusão (esses remédios são aplicados na veia, uma vez por quinzena ou por mês), inchaço e pequenas hemorragias no cérebro, fibrilação atrial (um tipo de arritmia cardíaca), síncope e angina (dor no peito).

A terceira preocupação é quanto ao preço extremamente alto dessas terapias inovadoras, calculado em dólar:

• Aducanumabe: US$ 28 mil por ano.

• Lecanemabe: US$ 26,5 mil por ano.

Lembre-se que, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 1,2 milhão de pacientes com Alzheimer e, a cada ano, outros 100 mil indivíduos recebem o diagnóstico no país.

Futuro

Além de anticorpos contra a proteína beta-amiloide, também são considerados alvos terapêuticos aplacar a inflamação cerebral e limpar a proteína TAU. Para isso, em um futuro não tão próximo deve entrar em cena a terapia genética. Especialistas acreditam que o futuro das terapias contra o Alzheimer se aproximarão do que acontece hoje no câncer, em que a linha de cuidado se modifica de acordo com as características do paciente e as particularidades do tumor.

O que não deve mudar é que a chave para lidar com o Alzheimer continuará sendo a prevenção: controlar a pressão alta, o diabetes, o colesterol e o peso, fazer exercícios físicos, não fumar, buscar uma dieta saudável e ter uma atividade cognitiva e intelectual são atitudes fundamentais para a saúde do cérebro.

Você pode compartilhar este artigo nas suas redes sociais!

Aqui tem gente. Aqui tem vida. Aqui tem Unimed.

Read More

Alzheimer: A partir de que idade pode surgir?

A doença de Alzheimer atinge aproximadamente 55 milhões de pessoas com mais de 65 anos de idade, conforme acompanhamento feita Organização Mundial da Saúde (OMS). É a partir dessa faixa etária que os sintomas tendem a aparecer. Mas você sabia que os sinais podem surgir bem antes disso? 

No artigo desta semana, a Unimed Cascavel explica a partir de que idade o Alzheimer pode ser diagnosticado. Boa leitura!

Alzheimer e o tempo

A idade é o principal fator de risco para o Alzheimer. Porém, pessoas com Alzheimer familiar (que ocorre quando vários parentes têm o diagnóstico) costumam apresentar sinais da doença bem antes dos 65 anos. Um estudo conduzido pela Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, descobriu que pacientes com esse tipo precoce de Alzheimer podem apresentar déficit de memória já a partir dos 25 anos de vida. 

Os resultados do estudo sugerem que o efeito da história familiar na memória é particularmente pronunciado entre os homens, especialmente aqueles com menor escolaridade, diabetes e portadores de uma mudança genética comum no APOE, gene associado ao risco de Alzheimer.

Segundo os cientistas, como a demência ainda não tem cura e não há forma comprovada de retardar a perda de memória progressiva causada pela doença, conseguir identificar o quanto antes que alguém tem possibilidade de desenvolver o problema pode ajudar que ela se concentre em táticas para prevenir o Alzheimer.

Prevenção

• Coma de forma saudável: Priorize o consumo de vegetais, frutas, sementes e peixes. Também é importante limitar açúcares, carboidratos refinados, gordura saturada e gorduras trans. Estudos indicam que a dieta mediterrânea pode ser útil para a prevenção das demências. Alguns nutrientes específicos (ômega 3, vitamina E e o resveratrol – presente na uva) já foram associados à redução de risco, mas não há evidências de que tomar suplementos com essas substâncias diminua a possibilidade de ter Alzheimer.

• Pratique atividades físicas: Além de preservar a saúde como um todo, os exercícios também têm um papel importante para as funções cognitivas. 

• Tenha hábitos saudáveis: Cuide de eventuais doenças crônicas, a exemplo da hipertensão, do diabetes, da depressão e da hipercolesterolemia. 

• Vá ao médico regularmente. 

• Durma bem.

• Não fume.

• Evite o consumo de bebidas alcoólicas.

• Cultive o lazer e tenha uma vida social ativa: Conversar com amigos, ter um hobby, fazer cursos e ter uma vida intelectual rica são hábitos que ajudam a garantir uma reserva cognitiva, o que pode adiar os sintomas, se a pessoa ficar doente.

Gostou da leitura? Compartilhe nas suas redes sociais.

Cuidar de você. Esse é o plano.

Read More

Exercitando o cérebro: como a atividade física ajuda a combater e tratar doenças neurológicas

A ciência comprova por meio de estudos em várias partes do mundo que a prática constante de exercícios físicos previne e controla doenças que consomem a massa cinzenta. 

O que é a massa cinzenta?

A massa cinzenta é a camada externa do cérebro e faz parte do sistema nervoso central. É como se fosse o processador de informática. É composta por corpos celulares de neurônios e é responsável por interpretar os impulsos nervosos das regiões do corpo até o encéfalo, produzir impulsos e coordenar atividades musculares e reflexos. A substância cinzenta inclui regiões do cérebro envolvidas no controle muscular e percepção sensorial (como visão e audição, memória, emoções e fala).

Exercícios x doenças

Cientistas que se debruçam nos estudos do cérebro já identificaram doenças que podem ser prevenidas ou amenizadas por meio da atividade física regular. 

1 • Alzheimer

Muito ligado à perda da memória, é o tipo mais comum de demência. No Brasil, afeta 1,2 milhão de pessoas. A atividade física já é associada à diminuição do risco de desenvolvimento, mas também pode ajudar a desacelerar a progressão da doença, pois os exercícios induzem transformações cerebrais para compensar a devastação de neurônios – fenômeno que, entre outras áreas, afeta o hipocampo, responsável pelas memórias recentes. De acordo com os estudos, exercícios aeróbicos – a exemplo de caminhada – são os mais indicados.

2 • Parkinson

A prática de atividades físicas estimula a produção natural de dopamina, neurotransmissor em falta no cérebro de quem tem Parkinson (doença caracterizada por rigidez, tremores e outras alterações motoras). Uma pesquisa realizada por uma clínica norte-americana indica que práticas intensas podem ser ainda mais úteis. Alongamento e  fortalecimento muscular também são importantes, assim como não deixar de tomar os remédios prescritos pelo especialista.

3 • Esclerose múltipla

A doença autoimune corrói a bainha de mielina (camada que protege os nervos para a manutenção dos impulsos elétricos), prejudicando os movimentos e a visão. Exercícios de força, especialmente aqueles que ativam a panturrilha, são essenciais para aprimorar a marcha. Práticas como caminhada e corrida são muito recomendadas para aliviar a fadiga, que está entre as queixas mais frequentes dos pacientes diagnosticados com esta condição.

4 • Epilepsia

Há indícios de que a prática regular e orientada de exercícios físicos reduza o número de ataques epiléticos e auxilie no equilíbrio cerebral. As atividades aumentam os níveis de noradrenalina e endorfina (neurotransmissores protetores) e ativam o sistema opioide (inibidor das crises). 

5 • Enxaqueca

Alguns estudos demonstram que a atividade física aeróbica, combinada com o medicamento, melhora a resposta ao tratamento da enxaqueca. A principal aposta está na liberação de endorfina e serotonina, neurotransmissores que atuam como analgésicos naturais. Outro ponto a se considerar é que os exercícios aliviam a tensão e promovem um sono mais regular.

6 • Depressão e ansiedade

Os benefícios da atividade física para a saúde mental são evidenciados em uma farta documentação científica. Na depressão, os exercícios ajudam a encolher a dose dos medicamentos e até suprimem a necessidade (em casos mais leves, com o aval médico). Alterações fisiológicas provocadas pela depressão e pela ansiedade, a exemplo do aumento das inflamações e da elevação do cortisol (hormônio do estresse), podem ser revertidas com a prática de exercícios. 

7 • AVC

O Acidente Vascular Cerebral é a mais comum das doenças neurológicas e uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Apesar de atingir mais os homens, nos últimos anos vêm crescendo as ocorrências entre as mulheres. Ela está associada a fatores de risco como hipertensão arterial, tabagismo, sedentarismo, doenças cardíacas, colesterol ruim (LDL) elevado, diabetes, obesidade e estresse. Atividades aeróbicas (caminhada, corrida, natação, bicicleta…) contribuem para neutralizar vários desses fatores de risco. Além disso, exercícios físicos – quando possíveis – também são essenciais para a reabilitação motora e funcional e para prevenir novas ocorrências em pacientes que já sofreram AVC. 

Mude1Hábito

O movimento nacional da Unimed promove uma onda de cuidado em todo o Brasil, incentivando as pessoas a viverem da melhor forma possível, seja por meio da alimentação saudável, prática de exercícios, encontro do equilíbrio emocional ou pela busca de qualquer mudança que seja capaz de transformar o modo de ver o mundo. Pela sua qualidade de vida, exercite-se!

Gostou destas informações. Compartilhe nas suas redes sociais!

Cuidar de você. Esse é o plano.

Read More