Fisioterapia respiratória: importância na pandemia de Covid-19

Uma dos principais desafios entre os pacientes que desenvolvem quadros graves de Covid-19 é superar as consequências respiratórias. O pulmão é o órgão mais frequentemente maltratado pelo vírus. Mesmo após curado da infecção, o organismo pode ficar com sequelas que dificultam a respiração, normalmente devido à formação de fibroses (como se fossem cicatrizes) nos pulmões, o que dificulta a capacidade do órgão se expandir e, consequentemente, aproveitar o oxigênio.
Além de serem os mais afetados, os pulmões também são os que mais tempo levam para se recuperar. É por isso que profissionais da saúde reforçam o papel da fisioterapia respiratória durante e depois da Covid. Especialistas chegam a dizer que, dependendo da gravidade da doença, o paciente pode demorar de três a seis meses para ter uma recuperação pulmonar satisfatória. 

Fisioterapia respiratória​​​

Este conjunto de técnicas pode ser preventivo ou curativo. A fisioterapia respiratória consiste em exercícios de suporte para que o paciente respire melhor, possibilitando as trocas gasosas de forma adequada e, consequentemente, permitindo que ele consiga realizar atividades do dia a dia sem dificuldades. As técnicas mobilizam as secreções, melhoram a oxigenação do sangue, promovem a reexpansão pulmonar, diminuem o trabalho respiratório, reeducam a função respiratória e previnem complicações. 
Em pacientes com confirmação de Covid-19, a fisioterapia respiratória começa no momento da hospitalização, pois isso pode evitar a perda da função pulmonar. As técnicas iniciais incluem tratamentos não invasivos para aumentar o suporte de oxigênio, diminuindo a fadiga dos pulmões. Em seguida, o fisioterapeuta avalia os pacientes individualmente e propõe a cada um deles um plano terapêutico específico corporal de forma sistêmica. A intenção é dar ao paciente o condicionamento necessário para agir sem precisar do suporte de oxigênio.

Alta hospitalar 

Antes de o paciente sair do hospital, exames avaliam se há sequelas relacionadas ao comprometimento pulmonar. Alguns saem com a necessidade de medicações temporárias, a exemplo de broncodilatadores, corticoides e anticoagulantes. Tudo isso é levado em conta na definição da fisioterapia mais adequada. Podem ser prescritos exercícios respiratórios (expansão pulmonar), além de atividades aeróbicas e de fortalecimento. Mas também há os casos de pacientes mais graves que precisam de sessões de Ventilação Não Invasiva (VNI) em casa. Mesmo em domicílio, essas situações devem ser acompanhadas por um profissional.

Quando é possível fazer sozinho?

Casos mais graves exigem obrigatoriamente a presença e um fisioterapeuta. Já para os quadros menos sérios, a recomendação é realizar pelo menos uma avaliação do estado pós-internação com um profissional de fisioterapia, para que ele direcione os melhores exercícios e a frequência com que devem ser feitos. Pilates, ioga e outras modalidades que trabalham a respiração podem funcionar como um complemento, mas o correto é conversar com um especialista para que ele dê o aval e passe orientações de acordo com a realidade de cada paciente.

Sugestão de exercício seguro e caseiro 

  • Escolha uma cadeira reta, de base larga e segura.
    • Sente-se, mantenha os pés bem alinhados e as costas coladas ao encosto da cadeira.
    • Inspire profundamente enquanto eleva os braços (até as mãos ficaram na altura dos ombros) e expire enquanto os abaixa.
    • Faça de dez a 20 repetições.

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Você já ouviu falar em Síndrome Pós-Covid?

A pandemia da Covid-19, além das milhões de mortes causadas em todo o mundo – até agosto de 2021, foram mais de 560 mil falecidos pela doença apenas no Brasil -, está trazendo outra série preocupação a toda a comunidade científica e médica internacional: a Síndrome Pós-Covid. Essa foi a nomenclatura usada para designar problemas de saúde apresentados por pacientes que contraíram a Covid-19 e que, mesmo após a alta hospitalar, relataram diversas complicações no organismo.
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Desde o início da pandemia, muitos estudos e pesquisas sobre o tema foram realizados por cientistas de todo o mundo. De acordo com os dados levantados, até 80% dos recuperados apresentam ao menos um sintoma em até quatro meses após o fim da infecção. E não são apenas os casos graves que deixam sequelas na maioria dos pacientes, pois os episódios leves da doença também podem provocar sintomas a médio e longo prazo.
A conclusão tirada até o momento pelos cientistas é que a Síndrome Pós-Covid não será uma questão passageira no âmbito da saúde global, temendo que os efeitos e sintomas se prolonguem por muitos e muitos anos.

Quais as principais sequelas deixadas pela Covid-19?

Respiratórias

Uma das queixas mais comuns é a persistência da dispneia, que pode também ser acompanhada de hipoxemia crônica e redução das capacidades pulmonares. Testes como a oximetria de pulso, tomografia de tórax e teste de caminhada são estratégias adotadas pelos médicos para acompanhar estes pacientes.
Dor no peito, fadiga e falta de ar, sintomas que geralmente são relatados por pacientes que contraíram o coronavírus, também são características existentes em muitos casos da Síndrome Pós-Covid.

Hematológicas

Devido ao pouco tempo de existência da Síndrome Pós-Covid, a extensão temporal dos estados hiperinflamatórios e de hipercoagulabilidade dos pacientes ainda é desconhecida. Porém, pesquisas relatam casos de eventos tromboembólicos em cerca de 5% dos indivíduos que recebem alta hospitalar, com até três meses de evolução do quadro.
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Cardiológicas

Os principais sintomas cardiológicos da Síndrome Pós-Covid são dispneia e dor torácica. As pesquisas confirmam o aumento persistente da demanda metabólica dos pacientes e a predisposição às arritmias, devido à presença de cicatrizes no miocárdio. Recomenda-se a avaliação periódica por meio de ecocardiografia, eletrocardiografia e acompanhamento com um cardiologista.

Neurológicas

As sequelas neurológicas são variadas, sendo fadiga, mialgias, cefaleia, problemas de memória, anosmia, disfunção cognitiva as mais relatadas nos estudos sobre o tema. Além disso, ainda de acordo com as pesquisas sobre a Síndrome Pós-Covid, até 40% dos pacientes desenvolvem quadros de ansiedade e/ou depressão após o fim da infecção.
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O acompanhamento psicoterapêutico e neuropsiquiátrico é fundamental para os pacientes que apresentam sequelas neurológicas após receberem alta hospitalar, especialmente para os indivíduos que tiveram quadros mais graves da Covid-19.

Dermatológicas

A perda de cabelo de forma significante é um sintoma relatado por mais de 20% dos pacientes. Há também casos de alterações cutâneas como reações urticariformes entre os indivíduos infectados pelo coronavírus. Assim como em relação à outras sequelas, o acompanhamento por um dermatologista é necessário para o tratamento destes sintomas.

Um desafio para a saúde global

A Síndrome Pós-Covid, por se tratar de uma questão recente para a comunidade médica e científica internacional, traz muitos desafios para os pesquisadores e profissionais da saúde. Nos Estados Unidos, as sequelas do coronavírus são apontadas como a próxima grande crise de saúde pública do país, devido ao grande número de complicações relatadas por pacientes recuperados da Covid-19.
Já outro estudo, feito no Reino Unido, apontou que quase um terço dos indivíduos que receberam alta após contraírem o vírus foram readmitidos aos hospitais devido às sequelas. Destes, um em cada dez pacientes acabaram falecendo por causa das complicações.
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O fato de as sequelas serem relatadas em vários órgãos e sistemas do corpo humano preocupa as autoridades médicas, que buscam incansavelmente por respostas sobre como combater a Síndrome Pós-Covid e evitar ainda mais mortes causadas pelo coronavírus.

Recuperação e reabilitação

Após a alta hospitalar, a recuperação e reabilitação dos pacientes envolve muitos desafios e também paciência para que o organismo consiga ter respostas positivas. O ideal é que as atividades sejam retomadas aos poucos, sempre com o alerta ligado para possíveis desconfortos e sintomas recorrentes.
Alimentação saudável, hidratação, atividades físicas que não exijam demasiadamente da capacidade pulmonar, cuidado com a saúde mental e acompanhamento com profissionais são indispensáveis para a recuperação plena e a volta do bem-estar aos pacientes recuperados da Covid-19.

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A importância de se vacinar contra o Coronavírus

O novo coronavírus já infectou milhões de pessoas ao redor do mundo, vitimou mais de 3 milhões de indivíduos e forçou os países a adotarem medidas sanitárias e restritivas para tentar conter a disseminação do vírus e frear a pandemia.
O nome “coronavírus” remete a forma desses organismos que é similar a uma coroa e denomina um grande grupo de vírus, já conhecido e identificado. 
A doença identificada em Wuhan, na China, no final de 2019, foi denominada SARS-coV-2. O número 2 indica que o vírus é similar ao SARS-coV, responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (em Inglês – Severe Acute Respiratory Syndrome – SARS),  que provocou uma epidemia em diversos países em 2002.
A transmissão da COVID-19 se dá através de:

  • espirro, tosse, catarro ou gotículas de saliva;
  • contato físico como aperto de mão, beijo, abraço;
  • contato com superfícies contaminadas, por exemplo: maçanetas, corrimãos, mesas, telefones, canetas etc.

Ainda não há comprovação científica de que as gestantes possam transmitir o coronavírus para o bebê. O mesmo ocorre com as lactantes, pois não há evidências de que a doença possa ser transmitida pelo leite materno. Porém, as precauções devem ser mantidas e a mãe deve usar máscara ao amamentar e lavar as mãos com água e sabão antes de cada mamada.
Os sintomas mais comuns da COVID-19 são febre alta entre 37.8°C e 40°C, tosse geralmente seca e cansaço. Em casos mais graves, os sintomas são falta de ar ou dificuldade para respirar, pressão ou dor no peito e perda da fala ou capacidade motora. 
Além desses, outros sintomas menos comuns foram identificados como tensão e dor muscular, dor de garganta, diarreia, conjuntivite, dor de cabeça, perda do paladar ou olfato, irritação na pele ou descoloração dos dedos dos pés, ou das mãos.
Para diminuir a circulação do novo coronavírus, impedir que mais pessoas sejam infectadas nesta pandemia e sobrecarregue o sistema de saúde pública, algumas precauções devem ser seguidas: 

  • lavar bem as mãos com água e sabão ou álcool em gel;
  •  cobrir o nariz e a boca ao espirrar – usando um lenço de papel ou o cotovelo flexionado;
  • não compartilhar objetos pessoais como talheres, copos e pratos;
  • usar máscaras;
  • manter os ambientes bem ventilados;
  • evitar aglomerações;
  • evitar contato próximo com pessoas que estejam com sintomas de gripe (tosse e febre).

As vacinas contra a COVID-19

A rápida disseminação do coronavírus  e o aumento da letalidade da pandemia, forçaram os cientistas a buscarem uma cura em um período recorde. Em geral, para se desenvolver uma vacina – que seja eficaz e seguindo os  padrões de qualidade e protocolos éticos – leva-se uma década ou mais. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde, existem mais de 200 imunizantes sendo estudados no mundo e outros 13 já foram aprovados. No Brasil, as vacinas que estão disponíveis para a vacinação pelo Plano Nacional de Imunização são: a CoronaVac, produzida em parceria com a Sinovac (farmacêutica chinesa) e o Instituto Butantan; a AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford (no Reino Unido) e a Fiocruz e a vacina da Pfizer, desenvolvida em conjunto com a BionTech (EUA/Alemanha).
A vacina Sputinik V, desenvolvida pelo laboratório Gamaleya, da Rússia, ainda não tem registro para testes clínicos no Brasil, segundo a ANVISA. Mas o Instituto de Tecnologia do Paraná e a União Química, estão realizando acordos com o governo russo para a produção dessa vacina no Brasil.

Como as vacinas funcionam

Nosso corpo tem muitas formas de se defender de organismos que causam doenças, os chamados agentes patogênicos. Nossas barreiras naturais, como a pele e as mucosas, por exemplo, funcionam para evitar que esses agentes entrem no nosso corpo.
Quando um agente patogênico invade nosso corpo, o nosso sistema de defesa (o sistema imunológico) entra em ação para produzir uma defesa (anticorpos), para proteger o nosso organismo, atacando e destruindo o invasor. 
Dessa forma, o corpo cria uma “memória” de anticorpos, que permanecem vivos mesmo após o invasor ter sido derrotado. Assim, se o corpo for novamente exposto ao agente patogênico – que pode ser um fungo, bactéria ou vírus -, o sistema imunológico responde muito mais rápido do que a primeira vez, porque as células de memória já estão preparadas. 
O corpo reage da mesma forma com a vacina. Algumas das vacinas têm partes enfraquecidas ou inativas de um determinado antígeno, para que o organismo possa produzir uma defesa imunológica. Porém, a aplicação de vírus enfraquecido não causa a doença, apenas desafia o sistema imunológico a enviar uma resposta, como se fosse a primeira vez em contato com o antígeno verdadeiro.
Atualmente existem quatro tipos de tecnologia para o desenvolvimento das vacinas:

  • Vacina de vírus atenuado (enfraquecido)  ou inativo (morto): método tradicional que utiliza o próprio vírus para produzir uma resposta imunológica;
  • Vacina de vetor viral: utiliza outro vírus, modificado geneticamente, para produzir proteínas virais no organismo, sem causar a enfermidade e estimular uma resposta imunológica;
  • Vacina a partir de proteína: nesta modalidade se utiliza uma proteína do vírus ou parte dela, ou proteínas que se assemelham a estrutura do vírus, como seu revestimento externo, para forçar a resposta do sistema imunológico;
  • Vacina de RNA e DNA: possuem RNA ou DNA do vírus geneticamente modificado para produzir uma proteína, que em contato com o organismo, produz uma resposta de defesa segura.

 

Por que é preciso tomar duas doses da vacina?

Algumas vacinas necessitam de várias doses com intervalos de semanas ou meses. Isso acontece porque o corpo precisa de um tempo para produzir anticorpos de longa vida e células de memória. Dessa forma, o corpo fica treinado para reagir e combater a doença, reforçando a memória das células, caso o corpo entre em contato novamente com o agente patogênico, desenvolvendo uma resposta mais rápida no futuro.
Para enfrentar a pandemia no Brasil, as vacinas estão sendo disponibilizadas somente através do Sistema Único de Saúde (SUS). As vacinas que necessitam de duas doses são: AstraZeneca/Oxford, Pfizer/BionTech e CoronaVac/Butantan. Somente a vacina da Janssen/Johnson&Johnson requer apenas uma dose.
Tomar as duas doses da vacina é importante, porque quanto mais pessoas estiverem vacinadas, menor a circulação do vírus na população. As doses de reforço servem também para proteger as pessoas que ainda não podem ser vacinadas, como as crianças ou aquelas que têm o sistema imunológico vulnerável, como portadores de HIV. As pessoas nessas condições ficam mais protegidas se viverem entre outras que já foram vacinadas. 
Por isso, fique atento à data da segunda dose e compareça ao centro de saúde para efetivar sua vacinação.
 

Cuidados pós-vacina

Independente de qual vacina você tomar, uma ou duas doses, ainda não é possível relaxar com os cuidados com a higiene e o distanciamento social.
Em geral, o corpo leva duas semanas após a vacinação, para desenvolver uma resposta imune ao vírus. Por isso, você deve continuar mantendo todos os cuidados de prevenção como usar máscara cobrindo o nariz e a boca, higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel, manter o distanciamento social e desinfetar superfícies e objetos.
Além disso, existe um processo natural que é a mutação do vírus, que se adapta a novos ambientes e se torna mais transmissível e mais grave. Dá-se o nome de mutação, quando o vírus faz cópias de si mesmo e, às vezes, apresentam alguma mudança. Um vírus com uma ou mais mutações é chamado de variante. Até agora, quatro tipos de variantes do novo coronavírus vêm sendo estudadas e pesquisadas. São elas:

  • Alfa: do Reino Unido encontrada em 118 países;
  • Beta :da África do Sul  encontrada em 64 países ;
  • Gama: do Brasil/Japão encontrada em 38 países.
  • Delta: da Índia encontrada em mais de 90 países

Por isso, é importante continuar com os protocolos de distanciamento e higienização das mãos e superfícies, mesmo no período pós-vacina. Veja abaixo algumas das dúvidas mais comuns sobre o período pós-vacina:

Após a primeira dose da vacina, eu já estou imunizado?

Não. Para as vacinas CoronaVac e AstraZeneca deve-se respeitar o período de 14 dias após a segunda dose, para garantir a imunização. Por isso, após receber a primeira dose da vacina você ainda deve manter os cuidados de higiene e distanciamento social. Caso contraia Covid-19 neste intervalo, espere passar a fase aguda da doença e respeite o tempo de isolamento social, para depois receber a segunda dose.

Quais os efeitos colaterais da vacina?

De modo geral, não existe efeito colateral grave, porém algumas pessoas podem ter reações no local da aplicação da vacina (como dor, vermelhidão, inchaço e alteração de sensibilidade) ou reações pelo corpo (como dor de cabeça, calafrios, fadiga, febre e náuseas).

Após a vacinação, eu ainda posso contrair Covid-19?

Sim. As vacinas disponíveis ajudam a reduzir os casos sintomáticos da doença e suas formas mais graves. Em meio a emergência da pandemia, isso ajuda a diminuir o número de internações hospitalares, ajudando a saúde pública e reduzindo o número de óbitos pela doença.

Posso sair sem máscara?

Não. O uso da máscara ainda é necessário, mesmo que você já tenha tomado as duas doses da vacina. Continuar com os cuidados é importante, principalmente devido às variantes da Covid-19, que podem se espalhar e causar uma nova pandemia, pode ser ainda mais letal.
 

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Conheça as principais consequências do consumo excessivo de álcool

O consumo excessivo de álcool é prejudicial para o organismo em diversas formas. Além de contribuir para o desenvolvimento de doenças físicas, também pode agravar o quadro de transtornos psicológicos, como a ansiedade e a depressão. Entender as consequências do uso dessas substâncias é essencial para estimular um debate mais profundo sobre saúde física e mental, a fim de conscientizar sobre o consumo consciente.

Qual a quantidade recomendada para o consumo moderado de álcool?

Não existe uma quantidade comprovadamente segura para o consumo de álcool. Isso porque o uso moderado também pode trazer problemas à saúde. Ainda assim, considerando o consumo moderado, a OMS recomenda que homens e mulheres não excedam duas doses por dia, e que não ultrapassem o limite de 5 dias por semana. Como uma dose, entenda uma lata (330 ml) de cerveja, uma taça (100 ml) de vinho ou um copo (30 ml) de destilado.
+ Álcool na adolescência: como lidar com o problema?
 

Quais as principais doenças causadas pelo excesso de álcool?

A bebida alcoólica é pobre nutricionalmente, ou seja, não traz nenhum benefício para o organismo. Por conta disso, ela pode gerar doenças crônicas e comprometer o funcionamento de alguns órgãos. Confira abaixo as principais doenças causadas pelo consumo de álcool:
> Cirrose
O fígado é o responsável por metabolizar os nutrientes de tudo o que comemos e bebemos. Beber demais sobrecarrega o órgão, o que altera o metabolismo dos triglicerídeos, gerando um acúmulo de gordura no fígado, doença chamada de esteatose hepática alcoólica.
Além disso, até 40% das pessoas diagnosticadas com fígado gorduroso desenvolvem cirrose, inflamação crônica irreversível do órgão, que altera sua capacidade de funcionar adequadamente.
 
> Obesidade
O consumo de álcool é inimigo da perda de peso. Sua alta taxa calórica contribui para o aumento dos casos de obesidade, pois estimula o acúmulo de gordura corporal. 1 grama de carboidrato ou proteína tem, mais ou menos, 4 calorias, enquanto a mesma de álcool tem 7 calorias. Uma lata de cerveja, por exemplo, fornece cerca de 150 calorias, praticamente o mesmo que um pão francês.
+ Quais problemas à saúde a obesidade pode trazer?
 
> Câncer
Segundo a OMS, vários tipos de tumores estão relacionados ao consumo de bebidas por um período prolongado, como o câncer de mama, boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, fígado e intestino. Além de ter um efeito cancerígeno, quando chega ao intestino, o álcool pode funcionar como solvente, facilitando a entrada de outras substâncias carcinogênicas para dentro das células.
 
> Depressão
Embora traga uma falsa sensação de bem-estar, o álcool é uma substância depressora do sistema nervoso central. Seu consumo exagerado afeta diretamente o humor e contribui para a redução de células no cérebro, o que pode levar a quadros depressivos. 
Consumir álcool para evitar emoções negativas faz com que ignoremos aquele sentimento temporariamente. Mas, quando o efeito da substância alcoólica passa, as emoções negativas são potencializadas, sendo sentidas de maneira excessiva, podendo estimular crises e aumentar o nível de cortisol no organismo (o hormônio do estresse).
 
> Comprometimento do desempenho sexual
A ingestão de bebidas alcoólicas pode trazer uma falsa sensação de melhora no desempenho sexual, porém o uso abusivo de álcool diminui a excitação e a capacidade de ereção nos homens. Nas mulheres, ocorre um fenômeno parecido: há diminuição fisiológica da excitação genital induzida pelo álcool em altas dosagens. 
O consumo crônico e a dependência de álcool estão relacionados a disfunções sexuais como disfunção erétil, desejo sexual hipoativo e ejaculação precoce ou retardada.

Consumo de álcool e a quarentena

De acordo com a matéria publicada pela revista Exame, o consumo de álcool aumentou drasticamente durante o isolamento social, medida preventiva por conta da pandemia do Coronavírus. Esse excesso se deu por conta da ansiedade ao redor das incertezas ao redor de temas como vacina, número de mortes e infectados, mas principalmente pelo desejo de bloquear emoções negativas e falta de atividades prazerosas. 
+ Covid-19: Confira quatro opções de lazer para a quarentena
No Brasil, a ansiedade das pessoas também fez aumentar o consumo de álcool. Segundo uma pesquisa feita pela Unicamp com a Fiocruz e a UFMG, 18% dos brasileiros andam bebendo mais do que antes da quarentena.
Para evitar o consumo excessivo de álcool durante o período de isolamento é preciso inserir na rotina atividades que estimulem os níveis de serotonina (neurotransmissor responsável por regular o humor). Praticar atividades físicas e se manter em contato com tarefas prazerosas (pintura, desenho, etc) pode ajudar a evitar o alto uso de substâncias alcoólicas.
 
Se você está ou conhece alguém que esteja passando por uma dependência química, procure ajuda de amigos, familiares ou profissionais para evitar o desenvolvimento de doenças ainda mais graves. Para dúvidas ou sugestões, escreva para a Unimed.

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