Autismo: O papel da família no desenvolvimento de crianças com TEA

O desenvolvimento saudável de qualquer criança está fortemente ligado ao papel da família e dos adultos envolvidos no cuidado com o indivíduo. Portanto, também é assim na rotina de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Na reportagem desta semana, veja a real importância da família e das pessoas cuidadoras na vida e no desenvolvimento de crianças autistas. Boa leitura!

Orientação parental

No contexto do TEA, o papel da família fica evidente quando compreendemos que mesmo as intervenções diretas (ABA, fonoaudiologia, terapia ocupacional…) com a criança só têm o efeito desejado quando são mantidas em todos os ambientes que a criança vive. É por isso que tanto se fala sobre o trabalho de orientação parental quando se debate o autismo.

O trabalho com pais ou com as pessoas cuidadoras tem como objetivo ensinar os princípios básicos do comportamento e estratégias comportamentais para capacitá-los no manejo adequado do comportamento dos filhos. Pesquisadores do tema descrevem alguns comportamentos que, quando exercidos pelos pais, são reconhecidos como relevantes para o desenvolvimento saudável da criança autista. Eles recomendam ser:  

• Receptivo
• Caloroso
• Envolvido
• Sensível
• Responsivo
• Cuidadoso
• Empático

Além disso, foram descritas três dimensões da chamada “parentalidade positiva”:

 1 • Suporte parental e conexão: Interações calorosas, sensíveis, previsíveis e acolhedoras entre pais e filhos.
2 • Regulação comportamental: Como os pais estabelecem a estrutura em torno do comportamento da criança, como limites e consequências previsíveis para seus comportamentos.
3 • Respeito pela individualidade: Reconhecer o desenvolvimento da criança evitando comportamentos parentais intrusivos, explosivos e manipulativos.

Ainda conforme os pesquisadores, tais comportamentos parentais se relacionam com o desenvolvimento de comportamentos pró-sociais, a exemplo da cooperação, da autorregulação e empatia. Em contrapartida, uma educação que não apresenta essas características está associada a dificuldades sociais, depressão e ansiedade infantil.

Dentre as características familiares já estudadas pela ciência, também é destacado o nível de estresse parental como uma variável importante no aprendizado de novas habilidades pela criança. Ainda não se sabe ao certo como e por que o estresse dos pais impacta na efetividade da intervenção com a criança, mas algumas hipóteses são levantadas, por exemplo: é possível que pais com altos níveis de estresse não consigam manter as intervenções de maneira sistemática no dia a dia da criança, prejudicando que haja generalização dos ganhos obtidos na terapia.

Para crianças com ou sem espectro autista, a intervenção para o desenvolvimento infantil só é efetiva com o envolvimento da família.

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Boy holding colorful puzzle heart in front of his face. World autism awareness day concept

Projeto Abraçar: 3 anos de evolução no tratamento de crianças autistas na Unimed Cascavel

A Unimed Cascavel acaba de completar três anos do projeto Abraçar, que auxilia o desenvolvimento de crianças que sejam beneficiárias da Cooperativa e tenham sido diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A iniciativa começou em março de 2019, e atende pacientes de 0 a 7 anos.

Em julho do mesmo ano o projeto passou pela primeira ampliação, com aumento da intensidade dos atendimentos e da estrutura física, bem como da equipe treinada. Em 2021, a Unimed Cascavel abriu o segundo turno de atendimento, à tarde, estendendo o horário do programa das 8h até as 18h45. Para isso, a equipe de psicólogos, pedagoga, terapeuta ocupacional, analista de comportamento e estagiários foi ampliada para oferecer um cuidado ainda melhor no Centro de Atenção à Saúde (CAS) de Cascavel. 

O Abraçar utiliza a Análise do Comportamento Aplicada (ABA – Applied Behavior Analysis), que reforça os comportamentos positivos da criança autista. “Trabalhamos simulações de como as crianças agem, o que é preciso fazer no caso de tais comportamentos e como realizar os manejos comportamentais necessários para cada paciente”, explica a fisioterapeuta Fernanda Guerra, supervisora do projeto.  

Desde que foi colocado em prática, o Abraçar já conseguiu dar alta para dez pacientes, que puderam ser encaminhados para terapias convencionais na rede credenciada. Além disso, os pais também são orientados em treinamentos especiais. 

Em 2022, a equipe do projeto está composta por 25 profissionais, que atendem 46 pacientes. Outra novidade é que as crianças começaram a ser avaliadas também em sala de aula, para análise do comportamento no ambiente escolar e, caso necessário, com o manejo adequado.

Como participar

O Abraçar é voltado às crianças beneficiárias da Unimed Cascavel que tenham diagnóstico confirmado de TEA e sejam elegíveis para a proposta de intervenção. Quando não é possível ser atendido no projeto, o paciente é encaminhado para a rede credenciada com suporte de tratamento.

A Unimed Cascavel acredita que, para promover a inclusão das pessoas com autismo na sociedade é necessário haver um trabalho coletivo para a promoção de adaptações físicas, comportamentais e legais, indispensáveis para garantir a qualidade de vida e a cidadania.

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Unimed Cascavel explica o que é método ABA para o tratamento de autistas

Sigla do termo inglês Applied Behavior Analysis (Análise do Comportamento Aplicada), a intervenção ABA é uma ciência que aprimora comportamentos socialmente relevantes, diminui comportamentos inadequados e aumenta os adequados, estimulando o desenvolvimento de novas habilidades entre pacientes diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças estima que uma a cada 54 crianças tenha algum grau de autismo. No Brasil, ainda não existem dados estatísticos, mas a tendência é de que os dados acompanhem os índices norte-americanos. 

Neste artigo, entenda por que a intervenção ABA é uma das mais eficazes para crianças, adolescentes e adultos com TEA. 

O conhecimento

Estudado desde a década de 1960, foi em 1987 que o método ABA se popularizou, a partir da publicação de um estudo do psicólogo norueguês Ivar Lovaas. Ele reuniu um grupo de 59 crianças autistas e examinou a melhor maneira de estimular o aprendizado entre elas. Lovaas percebeu que o grupo de 19 crianças que receberam 40 horas por semana de terapia ABA tiveram avanços melhores. 

Esse tipo de terapia ajuda a entender três perguntas básicas:  ¹

1 • Como o comportamento funciona?
2 • De que forma o comportamento é afetado pelo meio em que a pessoa vive?
3 • Como ocorre o aprendizado?

A partir desses questionamentos, a intervenção ABA busca trabalhar os comportamentos do TEA e o que leva a eles.

• Cria/melhora habilidades na linguagem e comunicação
• Aperfeiçoa a atenção, o foco, a interação social e os estudos
• Reduz comportamentos inadequados (crises de desregulação emocional, agressividade e comportamentos autolesivos)

As intervenções podem ser feitas de forma individual ou em grupo, tanto em casa quanto na escola, em clínicas ou espaços compartilhados. 

Técnicas 

Uma das partes mais importantes da aplicação do ABA é entender os antecedentes, ou seja, acontecimentos que costumam preceder os comportamentos, assim como as consequências (o que ocorre depois do comportamento).

ANTECEDENTE: Pode ser algo verbal, um comando ou pedido vindo de outra pessoa ou de um estímulo do próprio autista. Mas também pode ser algo relacionado aos aspectos físicos e sensoriais (contato com algum objeto, luminosidade incômoda ou algum som).

COMPORTAMENTO: As respostas de comportamentos podem ser verbais ou não verbais. Exemplo prático: Fechar uma porta após uma rajada de vento ou verbalizar o pedido para que alguém a feche.

CONSEQUÊNCIA: É o evento que sucede o comportamento. Por exemplo: Depois que uma pessoa diz estar com sede e recebe um copo d’água, percebe-se uma consequência que gerou um reforço positivo.

Reforço positivo

É o estimulo para o comportamento adequado acontecer. É o acréscimo à consequência do comportamento. Essas recompensas não precisam ser, necessariamente, algo físico ou de grande valor. Pode ser um elogio, um período em alguma atividade da qual a criança goste, um brinquedo novo, etc.

Ao longo do tratamento, busca-se identificar o que se chama de reforço natural.

Evidências

A Ciência e a Medicina consideram que o ABA é um tratamento baseado em evidências. Isso significa que essa forma de intervenção passou por diversos testes científicos que demonstraram resultados positivos em qualidade e eficácia. Existem dezenas de estudos científicos registrados pelo mundo que analisaram diferentes aspectos da abordagem do ABA e comprovaram os resultados positivos.

O método ABA na Unimed Cascavel

Desde março de 2019 o projeto Abraçar atende pacientes entre 0 e 8 anos de idade e com diagnóstico confirmado de Transtorno do Espectro Autista. A equipe de psicólogos, pedagoga, terapeuta ocupacional, analista de comportamento e estagiários utiliza a terapia ABA nas atividades realizadas no Centro de Atenção à Saúde (CAS). 

O projeto é voltado às crianças beneficiárias da Unimed Cascavel que tenham e que sejam elegíveis para a proposta de intervenção. Quando não é possível ser atendida no projeto, a criança é encaminhada para a rede credenciada com suporte de tratamento.

A Cooperativa acredita que, para promover a inclusão das pessoas com autismo na sociedade, é necessário um trabalho coletivo para a promoção de adaptações físicas, comportamentais e legais, indispensáveis para garantir a qualidade de vida e a cidadania.

Além do consultório

A família e a escola também precisam entender e conduzir suas interações com o autista utilizando o método ABA. Por isso, os ambientes doméstico e de estudos devem ser aliados.

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Cuidar de você. Esse é o plano.

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