O Papilomavírus Humano (HPV) é um dos vírus mais comuns transmitidos sexualmente, com mais de 200 tipos identificados. Embora a maioria das infecções por HPV seja assintomática e resolva-se espontaneamente, algumas cepas estão associadas a doenças graves, incluindo câncer cervical, anal e orofaríngeo. Compreender o HPV é essencial para a saúde da mulher, mas é importante lembrar que os homens também não estão imunes a suas consequências.
Novidades no cenário do HPV
Recentemente, novas vacinas contra o HPV foram aprovadas e estão sendo amplamente recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A vacina Gardasil 9, por exemplo, protege contra nove tipos do vírus, incluindo os mais comuns em casos de câncer. Segundo a OMS, a vacinação pode reduzir em até 90% a incidência de câncer cervical, o que representa uma esperança significativa na luta contra essa doença.
Em 2023, dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicaram que cerca de 16 mil mulheres são diagnosticadas anualmente com câncer cervical no Brasil, sendo que o HPV é responsável por aproximadamente 70% desses casos. A implementação de programas de vacinação e triagem precoce é, portanto, fundamental.
Identificação e diagnóstico
A identificação do HPV geralmente ocorre por meio de exames de triagem, como o Papanicolau (ou preventivo), que avalia alterações celulares no colo do útero. Além disso, testes de HPV podem ser realizados para detectar a presença do vírus e especificar os tipos em questão. O exame de Papanicolau é recomendado para mulheres a partir dos 25 anos, com frequência a cada três anos, dependendo dos resultados anteriores.
Para os homens, o diagnóstico é menos comum, pois não há um exame específico para detectar o HPV. Entretanto, o vírus pode causar verrugas genitais e, em casos mais graves, câncer peniano, anal ou orofaríngeo. A conscientização sobre esses riscos é crucial.
Prevenção e controle
A prevenção é a chave na luta contra o HPV. A vacinação é a primeira linha de defesa. A vacina é recomendada para meninas e meninos a partir dos nove anos, antes do início da vida sexual. Além da vacinação, o uso de preservativos durante relações sexuais é uma medida eficaz, embora não elimine completamente o risco de transmissão.
Programas de educação sexual nas escolas e campanhas de conscientização são essenciais para informar jovens sobre a importância da prevenção e da saúde sexual. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, cerca de 50% da população sexualmente ativa terá pelo menos uma infecção por HPV ao longo da vida, ressaltando a necessidade de informação e prevenção.
Tratamento
Não há tratamento específico para a infecção pelo HPV, mas as condições causadas pelo vírus podem ser tratadas. Verrugas genitais podem ser removidas por meio de métodos como crioterapia, laser ou medicamentos tópicos. Para mulheres com lesões precoces no colo do útero, procedimentos como a conização podem ser realizados para remover as células anormais e evitar o desenvolvimento do câncer.
A saúde da mulher e a luta contra o HPV são temas que exigem uma abordagem integrada e informativa. A vacinação, a triagem regular e a educação são ferramentas poderosas na prevenção e no controle do HPV. Embora a maioria das infecções não leve a complicações graves, é fundamental que tanto mulheres quanto homens estejam cientes dos riscos e das medidas de proteção disponíveis.
A conscientização sobre o HPV deve ser uma prioridade de saúde pública, não apenas pela saúde das mulheres, mas pela saúde de toda a população. O combate ao HPV é uma responsabilidade compartilhada, e a informação é nossa melhor aliada. Mantenha uma rotina de consultas preventivas, especialmente caso tenha se passado mais de um ano desde a última visita ao médico e/ou caso tenha percebido o surgimento de sinais e sintomas.
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