Pode começar assim: uma dor aguda que sobe pela lombar e que parecia uma mão invisível apertando os rins. Quem já sentiu sabe que é diferente de qualquer outra dor e que é sinal de algo que pode derrubar o seu ritmo de vida: cálculos renais (a famosa e dolorosa pedra nos rins), cujo nome técnico é nefrolitíase. Na reportagem de hoje, vamos juntos entender os sinais, o diagnóstico, o tratamento e a prevenção. As informações são da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Boa leitura!
Sintomas
• Dor intensa em três estágios: começa suave, aumenta rapidamente e pode “migrar” para a virilha ou parte superior da barriga.
• Dor em cólica, que vem em ondas (cada onda pode durar de minutos até horas).
• Sangue na urina (urina com cor rosa, vermelha ou marrom).
• Vontade frequente de urinar, sensação de ardor ao urinar ou necessidade de urinar sem saída.
• Náuseas e vômitos (às vezes acompanhados de febre, se houver infecção).
• Em casos graves, podem aparecer febre alta e calafrios (procure atendimento médico imediato).
Diagnóstico
• História clínica e exame físico: o médico ou urologista avalia a dor e os sintomas.
• Urinálise (exame de urina) e exames de sangue: ajudam a identificar infecção, inflamação ou outros transtornos.
• Imagem (ultrassom ou tomografia). A tomografia sem contraste costuma confirmar o tamanho, a localização da pedra e se há complicações.
Atenção: é preciso contar com avaliação médica para saber se a dor é de cálculos renais. Portanto, não tente “autodiagnosticar”.
Tratamento
• Hidratação e controle da dor: aumentar a ingesta de água ajuda e o uso de medicamentos sob recomendação médica podem aliviar a dor.
• Pedra pequena tende a sair sozinha. Já as maiores podem exigir intervenção.
• Opções terapêuticas comuns:
– Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC): quebra a pedra em fragmentos menores para serem eliminados na urina.
– Ureteroscopia: via urinária, o médico remove ou esmaga a pedra.
– Nefrolitotripsia percutânea: cirurgia mínima para pedras maiores.
– Medicações para facilitar a passagem da pedra ou para prevenir infecções associadas.
Importante: ajustes na dieta, fluidos adequados e, quando necessário, medicações preventivas também podem ser indicações a serem consideradas.
Prevenção
• Beber água ao longo do dia: a hidratação constante é a principal defesa. Quanto mais água você bebe, menor é a chance de formação de novas pedras (se você tiver insuficiência renal, converse com o seu médico especialista).
• Meta de hidratação: geralmente, entre 2 a 3 litros de água por dia (ajustados conforme orientação médica, clima e atividade física).
• Alimentação:
– Pedra de cálcio: modere excessos de sal e proteína animal (mantenha a ingestão adequada de cálcio por meio dos alimentos, não apenas suplementos).
– Oxalato: frutas e vegetais ricos em oxalato (como espinafre, chocolate, nozes) podem influenciar certos tipos de pedras. Converse com seu médico sobre limites, se você já teve pedras de oxalato.
– Ácidos úrico: limite principalmente bebidas e alimentos ricos em purinas (carnes vermelhas, mariscos). Em alguns casos, bebidas alcalinizadas podem ajudar (consulte).
– Citrato natural: limão, limonada sem açúcar e laranja podem ajudar a manter o pH urinário em faixa favorável.
• Peso estável e atividade física regular ajudam a reduzir o risco de formação de pedras.
• Evite bebidas açucaradas e com excesso de cafeína. Prefira água ou chás sem açúcar.
• Se houver histórico familiar, infecção urinária recorrente ou pedras de um tipo específico, consulte o seu médico para regras personalizadas.
Beba água no inverno
• A sensação de sede diminui com o frio, mas a necessidade de fluidos não some. O organismo ainda perde água através da respiração e da pele, mesmo sem calor intenso.
• O ar seco de calefação aumenta a perda de umidade corporal. Manter a hidratação ajuda a diluir a urina, reduzindo a concentração de sais que formam cálculos.
• Dicas práticas de inverno: tenha uma garrafa de água acessível, tome goles pequenos com regularidade, experimente água morna ou chá sem açúcar para variar o paladar sem perder a hidratação.
• Lembre-se: a hidratação é uma aliada constante, não apenas durante o verão!
Acompanhamento médico
Se você já teve cálculos, tem histórico familiar ou apresenta episódios dolorosos, o acompanhamento com urologista é crucial para monitorar o risco de recorrência.
• Check-ups ajudam a ajustar dieta, fluidos e, se necessário, medicações preventivas.
• Sinais que exigem avaliação médica imediato: dor intensa, febre alta, vômitos que não cessam, sangue persistente na urina.
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