Saúde do idoso: o que a ciência oferece para vivermos mais e melhor?
Desde o surgimento do primeiro Homo sapiens (300 mil anos atrás) vivemos tentando driblar o tempo para vivermos mais. A boa notícia é que temos conseguido. Na época da Renascença, quem chegava aos 30 anos de idade podia ser considerado um ancião. Depois disso, a produção de alimentos em escala e o desenvolvimento do saneamento básico, das vacinas e dos remédios fizeram a expectativa de vida multiplicar quase cinco vezes. Um feito incrível para um período de 400 anos.
Atualmente, quem acaba de nascer tem uma média de vida de 72,8 anos. A Terra já tem um bilhão de idosos, e esse número tende a dobrar até 2050.
Na reportagem de hoje, veja o que a ciência oferece para vivermos mais e melhor. Boa leitura!
Quanto podemos viver?
Um estudo publicado recentemente pela revista Nature Communications indica que a vida humana pode alcançar os 150 anos. O recorde atual é da francesa Jeanne Calment, que morreu em 1997, aos 122. Mas existem outras correntes de estudo sugerindo que podemos esticar ainda mais a nossa longevidade.
Campeões em longevidade
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com a Organização das Nações Unidas (ONU), os países com as maiores expectativas de vida são:
• Japão: 84,2 anos (podendo chegar a 94,2 em 2100)
• Suíça: 83,4 anos (podendo chegar a 93,5 em 2100)
• Coreia do Sul: 83,3 anos (podendo chegar a 93,2 em 2100)
• Singapura: 83,2 anos (podendo chegar a 93,6 em 2100)
• Espanha: 83,2 anos (podendo chegar a 93,3 em 2100)
Cientistas do mundo todo têm contado com a engenharia genética para frear os efeitos do tempo. Estudiosos dizem que o desafio é reprogramar as células para que elas trabalhem a favor da saúde, e isso já começa a acontecer. Por exemplo: a transferência de genes de uma célula a outra já pode turbinar a defesa do organismo de um paciente com câncer. Além disso, a chamada “medicina personalizada” capaz de chegar a tratamentos baseados na genética de cada pessoa é considerada promissora por nomes de referência mundial, a exemplo do químico israelense Aaron Ciechanover, vencedor do Prêmio Nobel.
Questão de hábito
Existe certo consenso de que a genética responde por 20% da expectativa de vida, mas os outros 80% são definidos pelo ambiente e por escolhas feitas no dia a dia. Em todas as chamadas Blue Zones (áreas que concentram as maiores populações de pessoas com 100 anos ou mais), os idosos mantêm sólidas conexões sociais. Além disso, costumam ser guiados por algum propósito (voluntariado, leitura, etc.). Os campeões em longevidade não são exímios atletas, mas estão em constante movimento, seja caminhando, cultivando a terra ou envolvidos em trabalhos manuais.
A boa alimentação também ajuda a contar a história dessa população. Mais de 60% do cardápio das pessoas mais idosas do mundo é composto por itens de origem vegetal, principalmente o feijão, a soja e a lentilha. E olha só que importante: esses centenários nunca se empanturram. Eles não fazem dieta, mas encerram a refeição quando se sentem saciados.
Pesquisa
Na Espanha, neurocientistas da Universidade de Madri tentam desvendar o enigma da longevidade observando mais de mil homens e mulheres que passaram dos 80 anos com uma idade biológica comparável à de adultos de 50. A pesquisa foi publicada pela Lancet Healthy Longevity e afirma que os superidosos têm mais massa cinzenta em regiões-chave do cérebro. Os autores confirmam que a genética contribui, mas sustentam que as experiências de vida tiveram o mesmo peso (elos de amizade vontade de aprender sempre, bom sono e atividade física).
Brasil
Aqui no país, a cidade com o maior número de idosos é Veranópolis, no Rio Grande do Sul. O município chamou a atenção nos anos 1990 por apresentar expectativa de vida dez anos maior do que a média nacional.
De forma geral, a fatia de pessoas com mais de 60 anos cresceu lentamente até a década de 1970, mas disparou na última década. De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2100 o Brasil terá 39,8% da população com 60 anos ou mais.
Vamos viver bem até lá?
Aqui tem gente. Aqui tem vida. Aqui tem Unimed.