Câncer Infantil: tipos, sintomas e estatísticas

Apesar do nome, o “câncer infantil” pode ser diagnosticado desde bebês até jovens de 19 anos de idade, conforme a classificação adotada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Trata-se de um conjunto de doenças que levam à proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer parte do corpo. 

Na reportagem desta semana, vamos falar do câncer infantil, trazendo à luz os principais tipos, os sintomas e as estatísticas. Boa leitura!

Sintomas

De acordo com artigo publicado pelo Nacional Cancer Institute, o câncer infantil é muitas vezes resultado de alterações no DNA das células e que acontecem precocemente durante a vida, às vezes até antes do nascimento. Ao contrário de muitos cânceres em adultos, o câncer infantil não está relacionado ao estilo de vida ou a fatores de risco ambientais.

Nas crianças e nos adolescentes, o câncer costuma dar sinais e se desenvolver rapidamente, por isso é muito importante ficar atento a qualquer alteração física ou mesmo de comportamento. O diagnóstico precoce da doença faz toda a diferença.

O reconhecimento imediato do câncer infanto-juvenil é difícil, pois os sintomas podem se misturar aos das doenças e ferimentos típicos da infância. Crianças podem ficar doentes ou ter hematomas que podem mascarar os primeiros sinais de câncer, por isso é importante que os pais levem os filhos regularmente ao pediatra, além de estarem atentos a quaisquer sinais ou sintomas persistentes.

• Dor progressiva
• Febre sem causa aparente ou doença que não melhora
• Dor de cabeça frequente, e acompanhada de vômito
• Alteração repentina de visão
• Nódulo ou inchaço incomum
• Palidez repentina e perda de energia
• Quedas e contusões frequentes
• Mancar ao caminhar
• Perda de peso repentina e sem explicação

Apesar desses sinais clínicos serem reconhecidos internacionalmente como sinais de alerta, a presença deles não significa necessariamente um caso de câncer infantil. Sua presença deve ser encarada como uma necessidade de auxílio médico e investigação profunda do quadro clínico da criança.

Tipos

Segundo o Inca, os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são:

• Leucemias (glóbulos brancos)
• Tumor em Sistema Nervoso Central
• Linfomas (sistema linfático)
• Neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal)
• Tumor de Wilms (tipo de tumor renal)
• Retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho)
• Tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos)
• Osteossarcoma (tumor ósseo)
• Sarcomas (tumores de partes moles)

Leucemia infantil

A leucemia é o tipo mais frequente de câncer infantil, podendo ser dividida em mieloide e linfoide. A mieloide afeta células que originam hemácias, plaquetas, monócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Já a leucemia linfoide afeta as células que originam os linfócitos.

As leucemias também podem ser classificadas de acordo com a velocidade de evolução, sendo elas agudas ou crônicas. As agudas apresentam um agravamento mais rápido, enquanto as crônicas se agravam lentamente.

• A leucemia linfoide aguda infantil corresponde a cerca de 75% dos casos de leucemia em crianças e adolescentes e apresenta uma grande chance de cura, mas necessita de um diagnóstico precoce. Os sintomas incluem cansaço, sonolência, infecções constantes, aumento do baço e linfonodos, hematomas, dores de cabeça, vômito e dores ósseas.

• A leucemia mieloide aguda infantil é o segundo tipo mais comum de leucemia em crianças e adolescentes. Ela provoca sinais como febre, infecções recorrentes, aumento de nódulos linfáticos, perda de peso, fraqueza, palidez, dor nos ossos, hematomas e sangramentos.

• A leucemia mieloide crônica infantil apresenta baixa incidência (atinge cerca de 4% das crianças e adolescentes). Os sintomas incluem infecções recorrentes, fadiga, palidez, fraqueza, perda de peso, sangramentos espontâneos, hematomas e dor nos ossos. O tratamento disponível atualmente permite uma remissão completa na maioria dos pacientes.

• A leucemia mielomonocítica juvenil é um tipo muito raro, nem aguda nem crônica. Ela corresponde de 2% a 3% de todas as leucemias em crianças, aproximadamente, e seu desenvolvimento é agressivo. Pode provocar febre, dificuldade para respirar, sangramentos, lesões na pele e aumento de fígado e baço. Além disso, tem como tratamento o transplante de medula óssea.

Estatísticas

Assim como em países desenvolvidos, o câncer já representa no Brasil a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes. Por outro lado, nas últimas quatro décadas o tratamento contra o câncer infanto-juvenil e foi extremamente significativo, tanto que o próprio Instituto Nacional do Câncer estima que em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.

Em caso de sintomas, consulte um médico e confie na ciência.