Quando o termômetro sobe, alguns velhos conhecidos da estação voltam a circular com a mesma desenvoltura das ondas de calor. O verão brasileiro transforma parques, praias e piscinas em pontos de encontro — e também em terreno fértil para uma série de doenças que se aproveitam da combinação clássica de calor, umidade, aglomeração e descuido.
De viroses gastrointestinais a queimaduras solares, passando por conjuntivites, micoses, desidratação e insolação, o período mais quente do ano exige atenção redobrada. Com informação e hábitos simples, é possível aproveitar a estação sem prejuízo à saúde.
Viroses gastrointestinais: risco invisível no prato e na piscina
Nos meses mais quentes, vírus que afetam o trato gastrointestinal se multiplicam com mais facilidade. São transmissores oportunistas: basta alimento mal refrigerado, água contaminada ou piscina com manutenção inadequada para que o problema surja.
Segundo o Ministério da Saúde, surtos de doenças transmitidas por alimentos aumentam no verão, especialmente quando a temperatura passa de 30 °C, acelerando a proliferação de micro-organismos.
• Priorize alimentos frescos e bem cozidos.
• Evite comida de procedência desconhecida.
• Higienize bem as mãos e os utensílios.
• Em piscinas, observe se o local mantém cloração adequada e filtros limpos.
Caso apareçam sintomas com náuseas, vômitos e diarreia, mantenha a hidratação rica em água e sais minerais, evite antidiarreicos sem orientação médica e procure atendimento em caso de febre persistente ou sinais de desidratação.
Conjuntivite: quando o verão arde nos olhos
Com piscinas mais frequentadas, ventiladores espalhando poeira e uso de maquiagem à prova d’água, a conjuntivite encontra um ambiente favorável. As versões viral e bacteriana são altamente contagiosas, enquanto a alérgica tende a piorar com a alta exposição ao sol e ao vento.
• Evite compartilhar toalhas, maquiagem ou óculos.
• Lave as mãos com frequência.
• Reduza o contato com água de piscina, se estiver irritando os olhos.
Caso os seus olhos fiquem vermelhos ou lacrimejantes, compressas frias ajudam a aliviar. Só use colírios com indicação médica e suspenda o uso de lentes de contato até a melhora total.
Micoses: pequenas lesões, grandes incômodos
O calor e a umidade transformam sandálias, chinelos molhados e roupas úmidas em um parque de diversões para fungos. O Ministério da Saúde estima que um em cada três brasileiros terá algum tipo de micose ao longo da vida, com maior incidência justamente no verão.
• Após o banho, seque bem pés, virilhas e dobras do corpo após o banho.
• Use calçados arejados e troque roupas molhadas rapidamente.
• Prefira tecidos leves e que permitam ventilação.
Se surgirem manchas, coceira, descamação ou lesões persistentes, consulte um dermatologista, que poderá indicar a medicação e o tratamento corretos.
Desidratação: um risco silencioso
Transpirar é um mecanismo natural e saudável, mas no calor excessivo o corpo pode perder mais água do que recebe. Crianças e idosos são especialmente vulneráveis.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, episódios de desidratação podem se instalar rapidamente em crianças expostas ao calor intenso, especialmente quando há vômitos ou diarreia associados.
• Beba água regularmente, mesmo se não estiver com sede.
• Inclua na rotina alimentar as frutas ricas em água, como melancia, melão e abacaxi.
• Evite longas exposições ao sol sem sombreamento.
Se surgirem sinais como tontura, boca seca e urina escura, reforce imediatamente a hidratação oral e procure atendimento de saúde se os sintomas não melhorarem.
Insolação e queimaduras: o corpo pede socorro
A combinação de radiação UV intensa e exposição prolongada resulta em queimaduras solares — e, em casos extremos, em insolação.
• Procure ficar debaixo da sombra.
• Beba água.
• Refresque-se.
Procure ajuda médica, em caso de febre, dor forte de cabeça, tontura ou sensação de desmaio, confusão mental e/ou pele seca, vermelha e quente.
Os danos causados por insolação e queimaduras solares na pele são tão impactantes que uma única queimadura grave na infância praticamente dobra o risco de câncer de pele na vida adulta, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Isso nos leva a falar de um tema importantíssimo:
Dezembro Laranja
O movimento liderado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia reforça um recado que ganha ainda mais relevância no verão: a prevenção é a maior aliada contra o câncer de pele, tipo que representa cerca de 30% de todos os diagnósticos de câncer no país, segundo o Inca.
A campanha enfatiza três pilares:
• Uso diário de protetor solar.
• Evitar exposição ao sol entre 10h e 16h.
• Atenção a manchas ou lesões que mudem de cor, formato ou tamanho.
Para realmente garantir proteção contra os perigos do sol, use protetor com fator de proteção (FPS) 30 ou mais, reaplicado a cada duas horas. Além disso, use chapéu, óculos com proteção UV e roupas leves. Ah, e fique na sombra, sempre que possível.
Nas viagens de verão, o cuidado embarca junto
A estação mais vibrante do ano não precisa ser uma ameaça ao bem-estar. As mesmas condições que favorecem o lazer são as que podem gerar problemas — e reconhecer isso é o passo inicial para aproveitar melhor cada dia ensolarado.
Com atenção aos sintomas, hidratação adequada e proteção solar consistente, o verão pode ser vivido em sua plenitude. Porque informação, neste caso, é fator de proteção tão poderoso quanto filtro solar.
Aqui tem gente. Aqui tem vida. Aqui tem Unimed.