A saúde do brasileiro: O que já aprendemos sobre nós mesmos em 522 anos de descobrimento?

Desde que a expedição de Pedro Álvares Cabral aportou onde hoje fica o estado da Bahia, a saúde de quem já estava aqui, dos que chegaram e dos que nasceram nestas terras passou por uma série de fases.

Os colonizadores europeus trouxeram para a América novas doenças, como varíola, sarampo, febre amarela, tifo, gripe e caxumba. Sem defesas, os organismos dos povos recém batizados de indígenas sucumbiam rapidamente. Além da baixa imunidade, os hábitos coletivos e a falta de tratamentos tornavam a população nativa especialmente vulnerável a doenças trazidas por estrangeiros. Povos inteiros foram massacrados por doenças infecciosas, a exemplo da extinção da tribo dos goitacás.

Ao longo dos últimos séculos, o Brasil esteve inserido no contexto das principais epidemias mundiais, e exemplo da dengue, e de epidemias que assolaram o mundo, tal qual a gripe espanhola e, atualmente, a Covid-19.

Este artigo apresenta as principais Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) que ameaçam a população brasileira na atualidade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Vamos à lista:

1 • Diabetes 

O Brasil é o quinto país em um levantamento mundial de incidência da diabetes. De acordo com o estudo da OMS, existem quase 19 milhões de brasileiros diabéticos, ou seja, pessoas com deficiência na produção ou absorção da insulina, hormônio que ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue. 

Alimentação saudável e prática de atividades físicas ajudam a evitar o surgimento e possíveis complicação do diabetes, que incluem dificuldade de cicatrização, problemas renais/cardiovasculares e até a cegueira.

2 • Hipertensão

Ocorre quando a pressão sanguínea apresenta valores constantemente elevados, normalmente acima de 140/90 mmHG (14 por 9).

Limitar o consumo de sal, praticar exercícios e aferir a pressão arterial regularmente ajudam a reduzir os riscos de consequências como infarto, insuficiência cardíaca ou Acidente Vascular Cerebral (AVC).

3 • Alzheimer

A doença reduz progressivamente o funcionamento das células cerebrais, especialmente as relacionadas à memória. O Alzheimer é mais comum em pessoas acima dos 65 anos de idade, mas também pode, em situações mais raras, surgir antes disso. 

Idade, genética, ausência de hábitos saudáveis, obesidade, diabetes e hipertensão elevam os riscos para o desencadeamento da doença. 

4 • Depressão

Trata-se de um quadro que afeta a bioquímica cerebral, afetando a produção de substâncias responsáveis pelas sensações de prazer, satisfação, humor e disposição, levando a pessoa à tristeza profunda e persistente.  

Não existe uma causa definida para a depressão, mas há indícios de que o estresse e a ansiedade possam desencadear o quadro, além de alterações hormonais, histórico familiar e outros. O tratamento pode ser feito por meio de psicoterapias ou medicamentos, que devem ser receitados por psiquiatra ou neurologista.

5 • Acidente Vascular Cerebral (AVC)

O AVC hemorrágico é causado pelo rompimento de um vaso sanguíneo (normalmente em consequência da hipertensão). Já o isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria, o que interrompe o fluxo de sangue/oxigênio para o cérebro. Ambos podem causar sequelas irreversíveis (perda de movimentos e fala), além de morte.

Os sintomas mais comuns apresentados por alguém que esteja tendo um AVC são a dificuldade para falar e a paralisia de uma parte do corpo (geralmente de um mesmo lado). Caso perceba alguém com esses sinais, chame imediatamente o auxílio médico. 

6 • Dislipidemia (colesterol alto)

Quando a concentração de gorduras produzidas pelo fígado está elevada no organismo, isso pode obstruir os vasos sanguíneos, elevando o risco de problemas cardiovasculares (infarto, derrame, etc.).

O aumento do colesterol LDL (“colesterol ruim”) está diretamente associado a fatores como o consumo de alimentos ricos em gordura animal, sedentarismo, alcoolismo, tabagismo e, principalmente, à predisposição genética. 

Alimentação adequada, atividades físicas e tratamento medicamentoso (quando indicado) são as formas de prevenir os riscos. 

7 • Câncer

Apesar de mais frequente em idades mais avançadas, o câncer pode ser de vários tipos e atingir qualquer pessoa. Trata-se da multiplicação desordenada de células anormais, atacando as saudáveis. 

A maior dificuldade para a prevenção do câncer é o caráter genético e hereditário. Cada tipo tem diferentes cuidados preventivos, mas é sempre importante estar atento aos fatores de risco e procurar manter um estilo de vida saudável, a exemplo de alimentação equilibrada, prática de exercícios, evitar o excesso de peso, moderar o consumo de álcool, não fumar e não se expor ao sol por longos períodos. Além disso, as consultas e os exames de rotina são fundamentais para o diagnóstico precoce, o que aumenta a chance de cura.

8 • Asma

Cerca de 20 milhões de brasileiros sofrem com a asma, doença causada pela inflamação das vias aéreas (brônquios). Os sintomas incluem dificuldade para respirar/falta de ar, chiado e sensação de aperto no peito e tosse.

9 • Mal de Parkinson

Mais comum entre a população com idade mais avançada, o Parkinson pode tornar uma pessoa inválida ao atingir o sistema nervoso. Os principais sinais são tremedeira nos braços, rigidez nas articulações, passos mais curtos, confusão mental, dores musculares, depressão e, com frequência, a pessoa deixa de piscar naturalmente. 

O que fazer?

A maioria das doenças que atingem a saúde dos brasileiros está relacionada à falta de bons hábitos de alimentação e prática de exercícios físicos, além da baixa frequência ao médico. 

Dito isso, você já sabe o que fazer para que os nossos próximos 522 anos sejam mais saudáveis.

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