Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a polifarmácia é quando um paciente usa rotineiramente – e ao mesmo – tempo quatro ou mais medicamentos (com ou sem prescrição médica). Esse fenômeno é comum em pacientes idosos ou com múltiplas comorbidades e, como consequência, pode ter efeitos inversos aos desejados, elevando o risco de hospitalização e, até mesmo, de morte.
No artigo desta semana, confira os perigos de ser um paciente polifarmácia. Boa leitura!
Riscos
• Interações medicamentosas: O uso de múltiplos medicamentos aumenta o risco de interações entre eles, o que pode levar a efeitos colaterais graves ou até mesmo a uma diminuição da eficácia do tratamento.
• Aumento do risco de reações adversas: Quanto mais medicamentos são utilizados, maior é a probabilidade de ocorrência de reações adversas, especialmente em pacientes idosos ou com múltiplas condições de saúde.
• Confusão na administração dos medicamentos: O uso de muitos medicamentos ao mesmo tempo pode levar à confusão na hora de tomá-los corretamente, o que pode resultar em erros de dosagem ou esquecimentos.
• Dificuldade no monitoramento da eficácia do tratamento: Com tantos medicamentos sendo utilizados, pode ser difícil para o médico e o paciente monitorarem a eficácia do tratamento e identificarem possíveis mudanças necessárias.
• Maior custo: A polifarmácia pode resultar em um aumento nos gastos com medicamentos e consultas médicas.
Como reduzir?
Profissionais da saúde chamam de “desprescrição” o processo de diminuição ou interrupção de fármacos com o objetivo de minimizar a polifarmácia e melhorar os resultados do paciente. A evidência de eficácia dessa redução do consumo simultâneo de medicamentos é resultado de uma série de estudos científicos.
De acordo com um artigo publicado pelo Journal of the American Medical Association, a desprescrição deve seguir um protocolo com cinco etapas:
1 • Verificar todos os fármacos que o paciente esteja ingerindo e os motivos para cada um deles.
2 • Considerar o risco geral de dano induzido por tais medicamentos (idade, toxicidade, interação, etc.).
3 • Avaliar cada medicamento por sua elegibilidade para ser descontinuado (relação dano/benefício, eficácia no controle dos sintomas, etc.).
4 • Priorizar descontinuação conforme três critérios: a) Drogas com maior prejuízo e menor benefício; b) Drogas mais fáceis de descontinuar, ou seja, a menor probabilidade de reações de abstinência ou recuperação da doença; c) Drogas que o paciente está mais disposto a descontinuar primeiro.
5 • Monitorar: Cessar um medicamento por vez, comunicar planos e contingências a todos os profissionais de saúde e outras partes relevantes (cuidadores, familiares) envolvidos em cuidado do paciente, além de documentar os motivos e os resultados.
A polifarmácia é sempre um risco?
Não. Desde que acompanhado por um médico, o uso de múltiplos medicamentos pode ser necessário, a exemplo do tratamento de múltiplas doenças, controle de sintomas complexos e redução de efeitos colaterais. Porém, em hipótese alguma o paciente recorrerá a diferentes fármacos sem a orientação de um profissional de saúde habilitado (médico/farmacêutico). É essencial manter uma comunicação aberta e transparente, relatando todos os medicamentos em uso e seguindo cuidadosamente as orientações.
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