Vias de parto: conheça as particularidades das diferentes formas de dar à luz
Há muitos fatores que podem influenciar a forma como você trará o seu bebê para este mundo. A posição dele no útero e até mesmo a estrutura da bacia da gestante precisam ser levadas em consideração.
Ainda que algumas situações durante o trabalho de parto possam mudar os planos de última hora, buscar informações e planejar o seu parto adequado é essencial.
No artigo de hoje, conheça as particularidades das diferentes formas de dar à luz. Boa leitura!
Parto Normal (vaginal)
Trata-se da saída natural do bebê pela vagina, com impulso das contrações uterinas.
Pode-se considerar o trabalho de parto subdividido nos estágios de dilatação (latente e ativa), expulsivo e dequitação.
Na fase latente, a dilatação do colo do útero alcança o máximo de 4 cm, as contrações ocorrem de forma rítmica e costumam vir com intervalo de 5 a 20 minutos. Já a fase da dilatação ativa dilatação é o momento de ir para a maternidade. É quando o colo já atingiu a dilatação de 5 cm e alcançará a dilatação total de 10 cm. Nessa fase, as contrações são mais intensas e com intervalos mais curtos. A duração da fase ativa também pode variar, mas geralmente não se prolonga além de 12h. O estágio expulsivo começa com a dilatação total do colo e termina geralmente em um período inferior a três horas, com o nascimento do bebê. Por sua vez, o estágio de dequitação compreende o período entre o nascimento do bebê e a expulsão da placenta.
Entre os benefícios do parto vaginal está a interação plena entre mamãe e bebê, desde o primeiro minuto do nascimento, favorecendo a amamentação e o fortalecimento de vínculo. Além disso, por não se submeter a um procedimento com riscos (cirurgia), mulheres que dão à luz por meio do parto vaginal também são contempladas com outros benefícios, a exemplo de mais rápidas recuperação e alta hospitalar, menos dores no pós-parto, menor risco de infecção e ausência de cicatrizes.
O bebê também é beneficiado. Ao passar pelo canal vaginal, o tórax é comprimido, favorecendo a expulsão do líquido amniótico dos pulmões. Esse processo acelera a maturidade do pulmão do bebê e fortalece o sistema imunológico. Esse tipo de parto ajuda a reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 1, asma, alergias e doenças autoimunes, bem como melhora as chances de sucesso na amamentação e da alta hospitalar mais rápida.
Cesariana
Esta é cirurgia para o nascimento é recomendada quando existe algum fator de risco à saúde da mulher, do bebê ou de ambos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o percentual de procedimentos deveria atingir no máximo 15% do total de partos. O Brasil passa de 80% (segundo lugar entre todos os países do mundo).
Quanto ao bebê, a cesariana é indicada quando ele pesa mais de 4,5 kg, se houver, sinais de que o bebê esteja em sofrimento dentro do útero, casos em que ele não esteja de cabeça para baixo no útero, situações de placenta baixa (ocluindo a abertura do útero), descolamento prematuro da placenta, saída do cordão umbilical antes da saída do bebê, bebês com malformações congênitas ou gestação gemelar em que o primeiro bebê não esteja de cabeça para baixo.
Quanto à mamãe, o parto cesariano também pode acontecer para mulheres que tiveram lesão de herpes genital no último trimestre da gestação ou que tenham diagnóstico positivo e não tenham carga viral indetectável para HIV. Além disso, gestantes com três ou mais cesarianas anteriores também devem optar pelo parto cesariano.
Cesáreas de urgência
As cesáreas de urgência são necessárias quando há risco eminente de morte para o bebê ou para a mãe. Podem ocorrer antes do início do trabalho de parto (a exemplo dos casos de eclâmpsia) ou durante um parto normal (cesárea de urgência intraparto). Esta última acontece quando, em meio ao trabalho de parto normal, a equipe médica identifica alguma anormalidade que possa comprometer a saúde da mãe e do bebê (como nos casos em que o trabalho de parto não evolui ou quando é constatado sofrimento fetal agudo).
Cesáreas eletivas
Trata-se do agendamento do parto sem a concomitância do trabalho de parto. Pode ser por escolha da gestante (que não queira passar pelo parto normal) ou por indicação clínica (devido à alguma situação de risco para o parto normal identificada no decorrer da gravidez).
É importante lembrar que a cesárea eletiva só deve ser agendada a partir da 39ª semana de gestação, a fim de reduzir o risco de o bebê apresentar complicações após o parto – por não estar plenamente desenvolvido.
Desvantagens da cesariana
Quando necessárias, as cesarianas salvam a vida da mãe e do bebê. Porém, se realizadas sem necessidade/indicação clínica, trazem mais riscos do que benefícios:
• Dor mais intensa no pós-parto.
• Maior risco de infecção, hemorragia e necessidade de transfusão de sangue.
• Maior probabilidade de sequelas. cicatrizes, aderências e lesões de outros órgãos.
• Maior tempo para o útero voltar ao tamanho normal.
• Maior dificuldade e tempo de recuperação
• Maior chance de placenta prévia (localização anormal da placenta) em gestações posteriores.
• Maior risco de tromboembolismo – sangue coagulado de uma veia que se desloca de seu local de formação e migra para um dos pulmões.
• Maior risco de problemas renais.
• Maior dificuldade para amamentar.
• Maior tempo de separação entre mãe e bebê logo após o nascimento.
• Maior dificuldade na formação do vínculo com o bebê.
• Maior risco de depressão pós-parto.
• Maior tempo de internação hospitalar.
• Maior risco de nova cesárea em gestação futura.
Desvantagens para o bebê
O parto cesariano aumenta a chance de o bebê apresentar problemas, especialmente os respiratórios. Além disso, ele pode desenvolver algumas doenças crônicas (diabetes e asma) e tem menor chance de sucesso na amamentação.
Parto Vaginal Após Cesárea
Em inglês, a sigla VBAC (Vaginal Birth After Cesarean) representa um termo para se referir às mulheres que realizam parto normal após terem passado por parto(s) cesariano(s). Assim como qualquer decisão relativa à gravidez e ao parto, a indicação para o Parto Vaginal Após Cesárea deve ser discutida juntamente com a equipe médica.
Parto Adequado
Converse com o seu médico sobre a melhor forma de trazer o seu bebê à vida.A possibilidade de discutir as opções de parto com o seu especialista é um dos pilares do Projeto Parto Adequado, desenvolvido pela Unimed Cascavel. A iniciativa é desenvolvida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), com o apoio do Ministério da Saúde. O objetivo é proporcionar o procedimento mais seguro à futura mamãe e seu bebê, combinando o protagonismo da gestante aos modelos recomendados de atenção ao parto.
Colaboração: Unimed BH