Ansiedade e depressão: a importância de seguir as orientações médicas para iniciar e encerrar o tratamento medicamentoso

Conforme o relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos quatro anos os casos de ansiedade e depressão aumentaram 25% no mundo todo. Em consequência disso, cresceu também a procura por medicamentos para tratar essas questões.

Na reportagem desta semana, veja quais são os fármacos mais procurados para ansiedade e depressão e a importância de seguir as orientações médicas para iniciar e encerrar o tratamento medicamentoso. Boa leitura!

Depressão

Existem medicamentos que agem no sistema nervoso central de diferentes formas para tratar quadros depressivos. Eles podem ser ministrados para alterar a percepção, as emoções e o comportamento dos pacientes, aliviando os sintomas. As fórmulas mais utilizadas são:

• Inibidores seletivos de serotonina e norepinefrina (SNRIs), como a venlafaxina
• Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), como bromidato de citalopram
• Drogas com mecanismos únicos, como a bupropiona
• Antidepressivos tetracíclicos, que são noradrenérgicos e antidepressivos serotoninérgicos específicos (NaSSAs), como mirtazapina

Ansiedade

Os transtornos ansiosos são comumente tratados com medicamentos que também servem para o tratamento de depressão. Os mais utilizados são os ISRSs e os SNRIs. Esses remédios agem para bloquear a recaptação ou a reabsorção da serotonina e da norepinefrina, aumentando a atividade dessas substâncias no cérebro.

Os ansiolíticos mais populares no Brasil são:

• Fluoxetina: Usado para tratar transtornos depressivos, síndrome do pânico e bulimia (entre outros), este medicamento aumenta os níveis de serotonina no cérebro e ajuda a regular o humor e o bem-estar.
• Hemitartarato de zolpidem: Age como sedativo e é utilizado para o tratamento de transtornos no sono. O uso deve ser feito a curto prazo, pois as substâncias podem causar dependência.
• Escitalopram: Aumenta os níveis de serotonina e combate a síndrome do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e outros transtornos sociais.
• Sertralina: Restaura o equilíbrio da serotonina e é utilizada no tratamento de transtornos de ansiedade, síndrome do pânico e muitos outros.
• Clonazepam: Indicado para o tratamento de distúrbios epilépticos, transtornos ansiosos, de humor e síndromes psicóticas.

ATENÇÃO, ATENÇÃO, MUITA ATENÇÃO!

Nenhum princípio ativo deve ser consumido sem a orientação de um médico-especialista. Por isso, caso um paciente note sintomas como irritabilidade, frustração, preocupação excessiva com o futuro, medo, insônia ou cansaço frequente, deve procurar auxílio de um psiquiatra. Esse profissional analisará os sintomas que o paciente descreve e outras questões como o histórico familiar/social/traumas/físico para só depois propor um tratamento adequado.

Não comece nem pare por conta própria

Medicamentos psiquiátricos promovem mudanças neurofisiológicas as quais o cérebro se adapta. Se o paciente interrompe abruptamente o uso, especialmente de antidepressivos, ansiolíticos e antipsicóticos, pode desencadear sintomas de retirada (Síndrome de Descontinuação).

Os sintomas de descontinuação mais frequentes são:

• Tontura
• Náuseas
• Vômitos
• Dor de cabeça
• Sensação de cabeça vazia
• Sensação de andar em nuvens
• Calafrios
• Irritação
• Insônia
• Alterações de humor

Esses sintomas podem começar de algumas horas a até três dias a partir da interrupção do tratamento e frequentemente desaparecem até a segunda semana. Para alguns medicamentos específicos, como benzodiazepínicos e anticonvulsivantes, os sintomas de retirada podem ser ainda mais graves, com tremores, sudorese, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, alucinações, confusão mental, crises convulsivas e até risco de morte.

Do ponto de vista médico geral, não há dúvida de que a interrupção de um tratamento sem a anuência do médico responsável é uma péssima alternativa e aumenta as chances de recaída. Mas se a pessoa ainda assim não quer continuar com o tratamento, é importante entrar em contato com o médico e discutir orientações específicas. Alguns transtornos mentais podem cursar com alteração na capacidade de tomada de decisão e na percepção da realidade, como em um episódio psicótico agudo, e podem gerar riscos graves para o paciente.

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