Mitos e verdades sobre o uso de antibióticos 

O uso de antibióticos é um tema recorrente no setor de saúde. Existem vários debates acerca deles, muitos dos quais trazem desinformações que ainda não possuem o respaldo da Ciência. Uma parte dessa polêmica vem do uso excessivo e indiscriminado desses medicamentos, o que chama a atenção de profissionais da saúde sobre educar os pacientes e informa-los corretamente. No entanto, a defesa brusca da interrupção dos antibióticos ignora a importância e os benefícios comprovados no combate a certas doenças.
A seguir, você confere a nossa lista com verdades e mitos desvendados sobre o uso desses medicamentos. Lembrando que nós trazemos informações, mas a decisão sobre usá-los ou não cabe somente a um médico especializado. Consulte-o para pedir orientações.
 

Mito: O uso contínuo aumenta a resistência do corpo

Muitos acreditam que o uso contínuo dos antibióticos pode fazer com que o corpo se acostume à sua ação e, consequentemente, o remédio deixaria de fazer o efeito desejado. Na verdade, a resistência vem das bactérias, não do sistema imunológico, já que elas podem se tornar resistentes e formar outras que dificultem o tratamento da infecção.
 

Meia-Verdade: Consumir bebidas alcoólicas com antibióticos não corta a eficácia

A regra da interação medicamentosa não é válida para todos os antibióticos, mas alguns deles podem resultar em efeitos colaterais com essa combinação. Além do mais, existe um motivo pelos quais os médicos desencorajam essa combinação: isso porque o álcool pode provocar a queda da imunidade, o que dificulta o tratamento.
 

Mito: O uso deve ser interrompido com os sinais de melhora

A ciência por trás dos antibióticos forma uma relação coerente da dosagem e do intervalo entre uma dose e outra. Seguir as orientações do médico e só interromper o uso com a recomendação profissional é o certo a fazer. A melhora dos sintomas não implica na cura, e as mesmas bactérias podem voltar a se manifestar durante a interrupção, corrompendo a eficácia do tratamento.
 

Meia-Verdade: Eles prejudicam o uso do anticoncepcional 

Essa constatação não é uma verdade absoluta na medicina, que ainda pesquisa o porquê de alguns antibióticos reduzirem a atuação de determinados anticoncepcionais. O que se sabe é que, durante o uso de antibióticos, que matam bactérias, outras bactérias que atuam na flora intestinal podem ser afetadas. Como elas também são responsáveis pela reativação do estrogênio, essa equação da fertilidade é uma hipótese, mas não uma constatação definitiva. Na dúvida, é melhor usar preservativo
 

Verdade: Não se deve fazer o uso indiscriminado de antibióticos

Os antibióticos devem ser usados no período definido para o tratamento de um problema específico, seguindo toda a cartilha do médico que o prescreveu. O armazenamento desses medicamentos ignora o fato de que existe um prazo de tempo para a eficácia, além de determinados tipos a serem indicados para diferentes infecções.
 

Mito: Antibióticos podem causar problemas nos dentes

Esse é um dos mitos mais associados ao uso dos antibióticos, mas que não passa de um “telefone sem fio”. Antibióticos não têm conexão com o desenvolvimento de cáries ou manchas nos dentes. No passado, era comum que os antibióticos tivessem tetraciclina, uma substância que podia causar alterações no esmalte dentário, Atualmente, esse componente já foi substituído.
 

Meia-Verdade: O uso indevido aumenta o risco de morte

O armazenamento de remédios fora da validade, bem como o uso indiscriminado dos medicamentos, são um cenário dos sonhos para as superbactérias – causa de infecções graves e difíceis de serem curadas. Mas isso é, mais uma vez, apenas uma hipótese.
 

Mito: Antibióticos podem tratar gripes e resfriados

Ambas as doenças são causadas por um vírus, algo que não tem relação com a proposta dos antibióticos. Algumas pessoas que trataram infecções podem tentar usar os mesmos medicamentos conforme alguns sintomas da gripe se manifestam, algo não recomendado por profissionais da saúde.
 
Fontes: OMS; Gazeta do Povo; Portal R7; UOL Viva Bem.