Unimed Cascavel explica o que é método ABA para o tratamento de autistas

Sigla do termo inglês Applied Behavior Analysis (Análise do Comportamento Aplicada), a intervenção ABA é uma ciência que aprimora comportamentos socialmente relevantes, diminui comportamentos inadequados e aumenta os adequados, estimulando o desenvolvimento de novas habilidades entre pacientes diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças estima que uma a cada 54 crianças tenha algum grau de autismo. No Brasil, ainda não existem dados estatísticos, mas a tendência é de que os dados acompanhem os índices norte-americanos. 

Neste artigo, entenda por que a intervenção ABA é uma das mais eficazes para crianças, adolescentes e adultos com TEA. 

O conhecimento

Estudado desde a década de 1960, foi em 1987 que o método ABA se popularizou, a partir da publicação de um estudo do psicólogo norueguês Ivar Lovaas. Ele reuniu um grupo de 59 crianças autistas e examinou a melhor maneira de estimular o aprendizado entre elas. Lovaas percebeu que o grupo de 19 crianças que receberam 40 horas por semana de terapia ABA tiveram avanços melhores. 

Esse tipo de terapia ajuda a entender três perguntas básicas:  ¹

1 • Como o comportamento funciona?
2 • De que forma o comportamento é afetado pelo meio em que a pessoa vive?
3 • Como ocorre o aprendizado?

A partir desses questionamentos, a intervenção ABA busca trabalhar os comportamentos do TEA e o que leva a eles.

• Cria/melhora habilidades na linguagem e comunicação
• Aperfeiçoa a atenção, o foco, a interação social e os estudos
• Reduz comportamentos inadequados (crises de desregulação emocional, agressividade e comportamentos autolesivos)

As intervenções podem ser feitas de forma individual ou em grupo, tanto em casa quanto na escola, em clínicas ou espaços compartilhados. 

Técnicas 

Uma das partes mais importantes da aplicação do ABA é entender os antecedentes, ou seja, acontecimentos que costumam preceder os comportamentos, assim como as consequências (o que ocorre depois do comportamento).

ANTECEDENTE: Pode ser algo verbal, um comando ou pedido vindo de outra pessoa ou de um estímulo do próprio autista. Mas também pode ser algo relacionado aos aspectos físicos e sensoriais (contato com algum objeto, luminosidade incômoda ou algum som).

COMPORTAMENTO: As respostas de comportamentos podem ser verbais ou não verbais. Exemplo prático: Fechar uma porta após uma rajada de vento ou verbalizar o pedido para que alguém a feche.

CONSEQUÊNCIA: É o evento que sucede o comportamento. Por exemplo: Depois que uma pessoa diz estar com sede e recebe um copo d’água, percebe-se uma consequência que gerou um reforço positivo.

Reforço positivo

É o estimulo para o comportamento adequado acontecer. É o acréscimo à consequência do comportamento. Essas recompensas não precisam ser, necessariamente, algo físico ou de grande valor. Pode ser um elogio, um período em alguma atividade da qual a criança goste, um brinquedo novo, etc.

Ao longo do tratamento, busca-se identificar o que se chama de reforço natural.

Evidências

A Ciência e a Medicina consideram que o ABA é um tratamento baseado em evidências. Isso significa que essa forma de intervenção passou por diversos testes científicos que demonstraram resultados positivos em qualidade e eficácia. Existem dezenas de estudos científicos registrados pelo mundo que analisaram diferentes aspectos da abordagem do ABA e comprovaram os resultados positivos.

O método ABA na Unimed Cascavel

Desde março de 2019 o projeto Abraçar atende pacientes entre 0 e 8 anos de idade e com diagnóstico confirmado de Transtorno do Espectro Autista. A equipe de psicólogos, pedagoga, terapeuta ocupacional, analista de comportamento e estagiários utiliza a terapia ABA nas atividades realizadas no Centro de Atenção à Saúde (CAS). 

O projeto é voltado às crianças beneficiárias da Unimed Cascavel que tenham e que sejam elegíveis para a proposta de intervenção. Quando não é possível ser atendida no projeto, a criança é encaminhada para a rede credenciada com suporte de tratamento.

A Cooperativa acredita que, para promover a inclusão das pessoas com autismo na sociedade, é necessário um trabalho coletivo para a promoção de adaptações físicas, comportamentais e legais, indispensáveis para garantir a qualidade de vida e a cidadania.

Além do consultório

A família e a escola também precisam entender e conduzir suas interações com o autista utilizando o método ABA. Por isso, os ambientes doméstico e de estudos devem ser aliados.

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