Verão com responsabilidade: previna-se contra o câncer de pele

O verão já bateu na porta do hemisfério Sul. É tempo de aproveitar o sol, nadar na piscina, no mar, na cachoeira, pegar um bronze… Mas também é tempo de dobrar os cuidados essenciais com a pele. Isso porque, com o calor e os fortes raios solares, os riscos de desenvolver câncer de pele também aumentam, trazendo consequências graves para a saúde.

Antes de tudo, é preciso entender a doença, identificando suas causas, consequências, sintomas e formas de tratamento e prevenção. O câncer de pele é, para a surpresa de muitas, o tipo que mais afeta os seres humanos, sendo responsável por 1/3 dos casos de câncer ao redor do mundo. Por ser o maior órgão do corpo humano, a pele está não só mais suscetível ao desenvolvimento de doenças diversas, como também de diferentes tumores. O câncer mais comum é o carcinoma basocelular (CBC), que se manifesta na camada superior da pele, nas regiões mais expostas ao sol, como o rosto, o pescoço e os ombros. Por ser facilmente identificável, ele tem baixa letalidade. O segundo mais comum é o carcinoma espinocelular (CEC), que se concentra nas células escamosas e pode se manifestar no corpo inteiro. Ele é mais comum em homens, afeta a elasticidade da pele e também pode ser provocado por fatores como feridas crônicas e exposição a agentes químicos. Por fim, temos o mais mortal entre os tipos de câncer de pele: o melanoma. Apesar de afetar apenas 3% dos pacientes, esse tipo de câncer tem consequências brutais, afetando determinadas regiões e podendo se espalhar por outros órgãos.

De uma forma geral, as lesões mais comuns provocadas por esses tumores são a vermelhidão, as rosáceas protuberantes, a descamação e as feridas que demoram consideravelmente para cicatrizar – e que não as fazem por completo. Indivíduos de pele e cabelo mais claros são mais sensíveis e, portanto, mais vulneráveis à manifestação do câncer, devido ao subtipo de melanina que menos protege as células. Isso não significa, porém, que pessoas de pele morena e negra não precisam manter os cuidados e se prevenir. Ainda que a melanina seja um protetor natural contra os efeitos provocados pelo sol, ela não é, isoladamente, a única medida eficaz. Além disso, a proliferação de pintas e sardas também aumenta as chances de melanoma, já que elas contribuem para intensificar a vulnerabilidade de determinadas regiões.

Sendo assim, como o câncer de pele é agravado a partir do excesso de exposição aos raios UV, a prevenção também está fortemente associada à responsabilidade de cada um quanto à exposição ao sol. Os raios solares que penetram na pele desprotegida alteram seu DNA, tornando as células cancerígenas. Câmaras de bronzeamento artificial, hoje proibidas no Brasil, também são fortes impulsionadoras dos fatores de risco, já que os excessos e a proximidade da radiação na pele a tornam mais suscetíveis ao desenvolvimento de tumores.

Tendo isso em mente, é fundamental que, durante o verão, os cuidados do dia-a-dia sejam redobrados. Passar protetor solar diariamente no rosto e nas regiões expostas ao sol é um passo imprescindível em qualquer época do ano, mesmo em dias nublados – isso porque os raios penetram pelas nuvens e atingem a pele, ainda que não possamos ver com clareza. Em dias de sol, a aplicação do produto pede mais retoques, sobretudo na praia, na piscina, na cachoeira e depois do mergulho. Para tanto, é necessário escolher produtos que contenham fator 30 de proteção aos raios UVA e UVB. Vale ressaltar que os raios UVB são, aliás, mais letais. Também é recomendado evitar tomar sol nos horários de pico, entre 10h e 16h, visto que isso diminui o risco de queimaduras. Além disso, é preferível optar por permanecer na sombra quando o sol se intensifica, com o uso de um bom guarda-sol, chapéus com abas largas e roupas com tecido UV – ideal, principalmente, para quem gosta de surfar.

Por fim, vale ressaltar: esteja atento (a) ao seu corpo e trate-o com carinho. Redobre a atenção às suas pintas e sardas e procure um profissional assim que notar vermelhidão ou feridas difíceis de cicatrizar. E, claro: consulte o seu dermatologista com frequência! Ele é o seu melhor amigo nessa hora, podendo aconselhar os cuidados adequados ao seu tipo de pele.

Fontes: Dra. Jade Cury Martins, médica da Sociedade Brasileira de Dermatologia; e Dr. José Antonio Sanches, dermatologista do HCor