Dia Mundial da Saúde: O que a atividade física faz em cada célula do nosso corpo?

Um estudo recém-publicado pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo mostra em nível celular como os exercícios físicos contribuem para manter a saúde e a aptidão física mesmo durante o envelhecimento. Os resultados foram divulgados pelo Jornal da USP, no início de 2023.

O resumo dessa pesquisa está no artigo de hoje da Unimed Cascavel. Quer ver o que a atividade física faz em cada célula do nosso corpo? Boa leitura!

Consenso geral

Especialistas afirmam de forma unânime que a prática regular de exercícios físicos é fundamental para garantir qualidade de vida e longevidade. No entanto, ainda pouco se sabe sobre como esse hábito influencia o funcionamento das células musculares. Conforme o estudo conduzido pela USP, a resposta está na mitocôndria, componente celular responsável por fornecer energia às células.

Utilizando vermes como modelo de estudo, os pesquisadores observaram que, durante o envelhecimento, vão se acumulando nas células musculares mitocôndrias fragmentadas. Mas quando o exercício físico é praticado regularmente ao longo da vida, aumenta a frequência de mitocôndrias fusionadas (unidas a outras semelhantes por meio da fusão mitocondrial), o que beneficia tanto o metabolismo mitocondrial quanto o funcionamento celular, contribuindo para a manutenção da fisiologia muscular durante o envelhecimento.

O professor Julio Cesar Batista Ferreira, coordenador da pesquisa, concluiu que uma única sessão de exercício físico já induz rapidamente a fissão mitocondrial no músculo. Logo em seguida, após um curto período de recuperação, ocorre a fusão. Ele afirma ainda que sessões diárias ao longo da vida favorecem o aparecimento de mitocôndrias conectadas, retardando a fragmentação mitocondrial e o declínio do condicionamento físico observados durante o envelhecimento.

Estudos anteriores já haviam demonstrado que o exercício físico atua no tratamento de doenças cardiovasculares, promovendo o aparecimento de mitocôndrias fusionadas no coração, mas ainda era preciso entender como a atividade física impacta o envelhecimento de organismos saudáveis.

Avaliação dos modelos estudados

O exercício regular fez com que os vermes tivesses melhor qualidade de vida, o que foi medido por meio de diferentes indicadores, como função muscular, mobilidade, ingestão de alimento e resistência a diferentes tipos de estresse. Aqueles que nadaram regularmente até a fase adulta, mas se tornaram sedentários durante a velhice, também apresentaram melhores indicadores em comparação aos que sempre foram sedentários.

Conclusão

Os exercícios físicos regulares contribuem para o envelhecimento saudável pois regulam os principais sistemas que alicerçam o bom funcionamento celular, entre eles a dinâmica mitocondrial.

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Exercitando o cérebro: como a atividade física ajuda a combater e tratar doenças neurológicas

A ciência comprova por meio de estudos em várias partes do mundo que a prática constante de exercícios físicos previne e controla doenças que consomem a massa cinzenta. 

O que é a massa cinzenta?

A massa cinzenta é a camada externa do cérebro e faz parte do sistema nervoso central. É como se fosse o processador de informática. É composta por corpos celulares de neurônios e é responsável por interpretar os impulsos nervosos das regiões do corpo até o encéfalo, produzir impulsos e coordenar atividades musculares e reflexos. A substância cinzenta inclui regiões do cérebro envolvidas no controle muscular e percepção sensorial (como visão e audição, memória, emoções e fala).

Exercícios x doenças

Cientistas que se debruçam nos estudos do cérebro já identificaram doenças que podem ser prevenidas ou amenizadas por meio da atividade física regular. 

1 • Alzheimer

Muito ligado à perda da memória, é o tipo mais comum de demência. No Brasil, afeta 1,2 milhão de pessoas. A atividade física já é associada à diminuição do risco de desenvolvimento, mas também pode ajudar a desacelerar a progressão da doença, pois os exercícios induzem transformações cerebrais para compensar a devastação de neurônios – fenômeno que, entre outras áreas, afeta o hipocampo, responsável pelas memórias recentes. De acordo com os estudos, exercícios aeróbicos – a exemplo de caminhada – são os mais indicados.

2 • Parkinson

A prática de atividades físicas estimula a produção natural de dopamina, neurotransmissor em falta no cérebro de quem tem Parkinson (doença caracterizada por rigidez, tremores e outras alterações motoras). Uma pesquisa realizada por uma clínica norte-americana indica que práticas intensas podem ser ainda mais úteis. Alongamento e  fortalecimento muscular também são importantes, assim como não deixar de tomar os remédios prescritos pelo especialista.

3 • Esclerose múltipla

A doença autoimune corrói a bainha de mielina (camada que protege os nervos para a manutenção dos impulsos elétricos), prejudicando os movimentos e a visão. Exercícios de força, especialmente aqueles que ativam a panturrilha, são essenciais para aprimorar a marcha. Práticas como caminhada e corrida são muito recomendadas para aliviar a fadiga, que está entre as queixas mais frequentes dos pacientes diagnosticados com esta condição.

4 • Epilepsia

Há indícios de que a prática regular e orientada de exercícios físicos reduza o número de ataques epiléticos e auxilie no equilíbrio cerebral. As atividades aumentam os níveis de noradrenalina e endorfina (neurotransmissores protetores) e ativam o sistema opioide (inibidor das crises). 

5 • Enxaqueca

Alguns estudos demonstram que a atividade física aeróbica, combinada com o medicamento, melhora a resposta ao tratamento da enxaqueca. A principal aposta está na liberação de endorfina e serotonina, neurotransmissores que atuam como analgésicos naturais. Outro ponto a se considerar é que os exercícios aliviam a tensão e promovem um sono mais regular.

6 • Depressão e ansiedade

Os benefícios da atividade física para a saúde mental são evidenciados em uma farta documentação científica. Na depressão, os exercícios ajudam a encolher a dose dos medicamentos e até suprimem a necessidade (em casos mais leves, com o aval médico). Alterações fisiológicas provocadas pela depressão e pela ansiedade, a exemplo do aumento das inflamações e da elevação do cortisol (hormônio do estresse), podem ser revertidas com a prática de exercícios. 

7 • AVC

O Acidente Vascular Cerebral é a mais comum das doenças neurológicas e uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Apesar de atingir mais os homens, nos últimos anos vêm crescendo as ocorrências entre as mulheres. Ela está associada a fatores de risco como hipertensão arterial, tabagismo, sedentarismo, doenças cardíacas, colesterol ruim (LDL) elevado, diabetes, obesidade e estresse. Atividades aeróbicas (caminhada, corrida, natação, bicicleta…) contribuem para neutralizar vários desses fatores de risco. Além disso, exercícios físicos – quando possíveis – também são essenciais para a reabilitação motora e funcional e para prevenir novas ocorrências em pacientes que já sofreram AVC. 

Mude1Hábito

O movimento nacional da Unimed promove uma onda de cuidado em todo o Brasil, incentivando as pessoas a viverem da melhor forma possível, seja por meio da alimentação saudável, prática de exercícios, encontro do equilíbrio emocional ou pela busca de qualquer mudança que seja capaz de transformar o modo de ver o mundo. Pela sua qualidade de vida, exercite-se!

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Cuidar de você. Esse é o plano.

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