Transtorno de Personalidade Borderline: o que é e como lidar com a doença

image (2)Muito se fala sobre depressão e ansiedade, mas existem várias outras doenças psiquiátricas. Uma das que possuem tratamento mais complexo é o Transtorno de Personalidade Borderline. Como o nome sugere (Borderline pode ser traduzido como “limite”), são pessoas que estão sempre à flor da pele, envolvidas em emoções extremas. A principal característica está na elevada instabilidade no humor e no comportamento.
Quer saber mais sobre esse transtorno? Então, confira abaixo quais são as principais características dele e, quem sabe, você não consiga ajudar alguém.

Quais os principais sinais e sintomas?

Pessoas com o Transtorno de Personalidade Borderline acabam tendo como gatilho relações abusivas e instáveis, o que acaba por desencadear reações impulsivas e episódios de raiva intensa. Assim como quadros de depressão e ansiedade intensa podem aparecer.
Outro sinais e sintomas que esses pacientes costumam apresentar são:

  • algum tipo de transtorno alimentar;
  • surtos psicóticos;
  • comportamentos suicidas;
  • automutilação;
  • comportamentos descontrolados.

Além desses, é possível reconhecer um medo sem fundamento do abandono que, normalmente, é algo imaginário, mas que também pode ser real. O fato é que esses pacientes se esforçam muito para evitar esse tipo de situação e acabam alterando significativamente seu comportamento. Eles se tornam pessoas violentas ou manipuladoras.
São pessoas que costumam ter uma visão deturpada de si mesmas e estão mais propensos a desenvolver vícios como dependência química ou mesmo gastar e comer de forma compulsiva. Podem haver também pensamentos paranoicos, mas sem ataques psicóticos.

Quais as possíveis causas?

Além do fator biológico, pela redução ou aumento de um determinado neurotransmissor ou vários neurotransmissores, o estresse durante a primeira infância pode ser o gatilho para o desenvolvimento do Transtorno de Personalidade Borderline. Esse estresse pode ser gerado pela separação do pais, abuso físico e psicológico, morte de um dos pais e assim por diante.
É comum identificar parentes em primeiro grau com a mesma patologia, sendo assim, o fator hereditário está ligado à síndrome. Nesses casos, há 5 vezes mais chances de o parente próximo desenvolver a doença.

Como é feito o diagnóstico?

O especialista analisa os sinais e sintomas desses pacientes e, para realizar o diagnóstico, precisa identificar 5 ou mais características. Confira:

  • autoimagem instável;
  • sentimento constante de vazio;
  • esforços desesperados de modo a evitar o abandono;
  • pensamentos paranoicos vem e vão;
  • impulsividade em 2 ou mais áreas da vida: relacionamentos, comida, dinheiro e outros);
  • relacionamentos intensos e instáveis;
  • comportamentos ou ameaças de suicídio;
  • automutilação ou ameaça de fazê-lo;
  • mudanças rápidas de humor.

Esses sinais e sintomas devem acontecer na adolescência ou no início da idade adulta. Há também outros diagnósticos que podem estar associados a essas características, como o transtorno bipolar. Há também alguns transtornos de personalidade que são muito parecidos como o de Personalidade Histriônica e Personalidade Narcisista, nos quais os pacientes são manipuladores e buscam atenção a todo momento.

Como é o tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline?

De uma forma geral, o tratamento é feito por meio de medicação (oferecida pelo psiquiatra) e por meio da psicoterapia (TCC, psicanálise e outros). A psicoterapia deve ser feita tanto em sessões individuais como em grupo com outros pacientes que possuem transtorno de personalidade. Há também outros tratamentos como o STEPPS (Sistema de Treinamento para Previsibilidade Emocional e Resolução de Problemas). É um treinamento que ensina esses pacientes a lidar com as emoções.
Se você conhece alguém ou tem um parente que tenha esses sinais e sintomas, leve ao psiquiatra e comece o tratamento hoje mesmo. É muito importante que comece o quanto antes para evitar maiores danos para a vida do paciente e também daqueles que convivem com ele.
Confira também um post sobre depressão na adolescência e como fazer o tratamento!